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05/04/2008 - 15h39

Terceiro mandato, células-tronco, umbanda, salários

da Folha Online

Terceiro mandato

"Lula está na metade do seu segundo mandato e faz campanha diariamente para a próxima eleição à Presidência da República. Pelo visto, o STJ e o TRE resolveram fechar os olhos para os comícios de Lula. Nessa semana ele disse que precisa organizar a sociedade para que ela não deixe o Brasil ser destruído nas mãos do próximo governo. É por aí que Lula ganhará mais adesões populares. Colocando o temor nos bolsistas e que a saída dele fará com que todos percam as benesses. Ao chorar os R$ 40 bilhões perdidos com a extinção da CPMF, é uma pena que as pessoas que foram ouvi-lo não puderam dizer a ele que todo esse dinheiro e mais um pouco poderia ser recuperado se o seu governo fosse mais voltado aos interesses dos brasileiros, do que aos interesses politiqueiros."

IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)

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Células-tronco

"Permita-me, como professor de teologia há mais de 50 anos, parabenizar a Folha pelo espaço cedido a José Carlos Dias, que foi meu advogado quando estive preso pela ditadura e tive que me exilar, e a Rubens Alves, que conheço desde o tempo em que era seminarista presbiteriano em Campinas. São dois amigos que vêem o invisível e não padecem da cegueira mental a que se refere João Pereira Coutinho, na mesma edição do jornal.
É da maior importância que se ouçam as vozes dos cristãos que optam pela vida com base na ação misericordiosa de Deus, manifestada em Jesus mais do que numa interpretação absoluta da lei, que é sempre relativa, pois só o amor do outro é absoluto, inspirando divinamente nossos gestos de fraternidade e de compaixão.
A fala cerceada de Bento 16 na universidade La Sapienza semanas atrás o impediu de dizer, em conclusão, que sua função não é de exigir autoritariamente a fé, mas pelo contrário: como presidente da Igreja Católica deve se empenhar em mostrar a racionalidade do que professamos e a acolher as luzes civilizatórias do cristianismo através da história, em lugar, acrescento eu, de lhe acentuar os desacertos."

FRANCISCO AUGUSTO CARMIL CATÃO (São Paulo, SP)

*

"A Igreja vem aí no seu papel de mestria, na posição daquele que sabe o que é melhor para todos, do que se constitui erro ou acerto. Na certeza inabalável que existe um bem comum, um pensamento único.
Usa o artifício de remeter a Deus a garantia da verdade, daí a imposição absoluta e absurda de que todos devam ser submetidos aos seus princípios divinos, dogmáticos, autoritários, inflexíveis, que consta do suprimento incondicional da dúvida, da reflexão, do foro íntimo, dos questionamentos, do desejo singular.
Desde sempre apregoou a sexualidade como pecaminosa, que só pode ser viável se for utilizada para fins de procriação, como um dever, sem tentar pensá-la como algo inerente à condição humana.
Ratifica sempre o seu desprezo e condenação por tudo que é prazeroso, saudável, seguindo na sua incansável senha de cultivar a dor, o sofrimento, o preconceito, a intolerância, a culpa.
Trata-se de um momento oportuno para rever a história da humanidade e, assim, constatar que tal procedimento faz parte do seu show. Atrasa, emperra desde sempre os avanços sociais e científicas até o momento em que eles caem de maduros. Sua aprovação ou recusa, com o passar do tempo, não faz mais sentido, pois os costumes já evoluíram de tal maneira que, mesmo sendo transformados em um tabu, numa ação pecaminosa, já se encontram em plena adoção de maneira ampla e irrestrita."

ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG)

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Umbanda

"Quero elucidar meu repúdio e estranhamento à Folha de S.Paulo, meio de comunicação com tradição democrática e com histórico de lutas pelo respeito a diversidade cultural, direitos humanos e cidadania.
A matéria sobre umbanda, assinada por Marcelo Beraba ( Mais!, 30/3), vai de encontro as bandeiras históricas que a família Folha sempre defendeu.
Lamento a superficialidade da matéria e entendo que pode gerar ilhas de preconceito, intolerância ou desinformação. Lamento o desrespeito com pessoas e instituições paranaenses. Lamento mais ainda encontrá-la em um corajoso porta-voz de muitas batalhas na construção de um país livre, justo, digno, democrático e pluralista."

SIDNEY OLIVEIRA, professor da Universidade Federal do Paraná (Curitiba, PR)

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Salários

"Os auditores fiscais estão em greve, pois seus salários atuais de R$ 13 mil não são suficientes para sobreviver e querem R$ 18 mil, sendo que um médico do sistema público ganha, em média, R$ 1.500,00. Será que um auditor público vale 12 médicos? A campanha atual dos conselhos de medicina 'Quanto vale um médico' já tem aí uma resposta. Pergunto ao presidente Lula: realmente o Brasil é um país de todos?"

GERALDO SIFFERT JUNIOR (Rio de Janeiro, RJ)

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Santander

"O sr. Gildásio, suposto mandante da pichação em dois muros do bairro de Santo Amaro com a frase 'Santander inimigo dos brasileiros' ( Ilustrada, 2/4), pode ser um dos 14 mil aposentados e pensionistas do extinto Banespa que tiveram suas aposentadorias e pensões congeladas durante cinco anos desde que o banco paulista passou para o controle do grupo espanhol, que se apoderou de R$ 4,2 bilhões em títulos federais originalmente inegociáveis, destinados ao pagamento dos proventos e seus reajustes. Pode ser, também, um dos quase 10 mil funcionários do Banespa demitidos a partir de 2001, muito deles às vésperas da aposentadoria. Enfim, pode ser, também, um viajante barrado no aeroporto de Madri e despachado de volta ao Brasil."

CLAUDANIR REGGIANI (São Paulo, SP)

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Niemeyer

" Agora está esclarecido o porquê do senhor Oscar Niemeyer --o idolatrado arquiteto, comunista declarado e apaixonado por Fidel Castro-- ter excelentes relações com esses pseudoesquerdistas que governam nosso país. Pudera, com mais essa obra faraônica na hidrelétrica de Itaipu ( Dinheiro, 27/3) a custo de R$ 4,7 milhões, que vai para o seu bolso, tem mesmo que defender ferrenhamente esse governo inepto e falaz. Ser comunista, socialista, por conveniência, morando em belíssima cobertura no Leblon sem repartir nada com ninguém, sobretudo com aqueles que tanto diz defender, os pobres excluídos, é tudo muito lindo. Duvido que o projeto mirabolante que Niemeyer fez para o Lula e seu indigitado PAC, gerado por Dilma Rousseff (a 'Estella' dos anos de chumbo) para revitalização da favela da Rocinha, saiu de graça! Pelo andar da carruagem, até 2010 muita água suja passará pelo engenho. Quem viver verá."

JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA (Lins, SP)

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Trânsito

"Ao ler a seção 'Tendências/Debates' em 29/3, sobre o rodízio de veículos na cidade de São Paulo, algo deixou-me deveras consternado. Os dois lados da discussão (vereadores da metrópole) não citaram a necessidade do incentivo à bicicleta. Este meio de transporte não polui como os automóveis, é saudável e favorece a qualidade de vida. O vereador Ricardo Teixeira sugere a transformação dos estacionamentos de veículos (nas ruas) em corredores de ônibus. Sugiro que, em vez de mais corredores, façamos ciclovias. Quanto aos veículos, para quem ainda insistir neles, poderiam ser feitos estacionamentos públicos ou público-privados para comportá-los."

EDUARDO A. MIMESSI (Campinas, SP)

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Cartões corporativos

"Sem rancor no coração, gostaria de perguntar aos governistas o que de tão escabroso estão tentando esconder nos gastos efetuados pelos cartões corporativos da família presidencial? Quanto mais tentarem esconder, maior ficará a curiosidade. Afinal, deve ser tão escabroso que envolve a 'Segurança Nacional', palavras que ouvia muito na época da ditadura militar e o AI-5. Nos Estados Unidos, país tão criticado pelas esquerdas do mundo afora, até mesmo os governistas estariam pedindo a relação dos referidos gastos.
Senhores governistas, por que tanto medo? Afinal, a grande maioria dos eleitores do sr. Lula não tem acesso a essas informações. Continuarão votando nele no próximo pleito que vir a concorrer. Será em 2010?"

MARCUS LUCIANO VILLAR (Itapevi, SP)

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Turismo sexual

"Sou um italiano que passou recentemente uma semana de férias em Maceió. Cheguei com vôo direto de Milão (Itália). Desde o início, o que me chamou a atenção foi o fato de em nosso avião (um vôo fretado) sentarem nada menos que 250 passageiros. Isso, apesar do destino do vôo não oferecer, em princípio, atrativos comparáveis aos das principais metas turísticas do país; eu próprio, que já tinha estado no Brasil outra vez (o roteiro de minha primeira viagem incluía três Estados da região norte/nordeste e o Rio de Janeiro), pude me dar conta disso durante minha estada na capital alagoana.
Não demorei muito para descobrir o (provável) motivo principal de tanta lotação, foi só passar uma noite na zona em torno do trecho mais movimentado da beira-mar de Maceió: pouco depois de eu e meus amigos (também homens) sentarmos num dos locais noturnos mais conhecidos e populares da orla, fomos abordados por duas garotas --uma das quais, quase que certamente, menor de idade--, as quais pediram para nos fazer companhia.
Em 2005, no site da Folha de S.Paulo apareceu um artigo que falava sobre a campanha contra o turismo sexual e a exploração de crianças e adolescentes em Maceió, lançada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas, depois da inauguração, em setembro daquele ano, do novo aeroporto de Maceió, com capacidade para receber vôos intercontinentais sem escalas. De acordo com os promotores da iniciativa, o problema já era grave e com o aeroporto internacional poderia piorar; pelo que pude ver, é isso mesmo que está acontecendo. Em duas discotecas muito populares da cidade reparamos que grande parte dos clientes homens eram italianos (ainda por cima quase todos nossos companheiros de viagem no vôo de ida), muitos dos quais de cabelos brancos, enquanto que entre as freguesas abundavam as garotas de programa --algumas, inclusive, menores. Além disso, de acordo com um motorista de táxi que costuma atender muitos clientes italianos, essa situação se repete invariavelmente em todos os principais locais noturnos da cidade (que por sinal são poucos) na noite de maior afluência da semana: sempre que há grande concentração de italianos em alguma dessas boates é normal meus compatriotas encontrarem um monte de prostitutas esperando por eles.
Por trás da popularidade cada vez maior de Maceió, entre os turistas sexuais italianos estão, sem dúvida, razões de caráter financeiro: pelo que a gente pôde ver, as referidas 'garotas de programa' não costumam cobrar nada dos 'gringos' pelos seus serviços, sendo que elas, ao que parece, são pagas pela própria discoteca ou boate para 'agradar' de graça os clientes estrangeiros, de maneira a atrair mais e mais esses últimos para os locais em questão.
Haja vista tudo isso, a pergunta que se impõe é: valeu realmente a pena abrir um aeroporto internacional em Maceió, posto que até hoje o único vôo intercontinental regular com que conta a cidade é justamente aquele que liga Maceió a Milão, o qual, pelos vistos, serve principalmente para incrementar a prostituição, inclusive de adolescentes? A manter-se essa tendência, Maceió corre o risco de, a longo prazo, virar uma segunda Fortaleza."

LORENZO SALVIONI (Itália)

 
 

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