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17/06/2009 - 02h30

USP, demissões, cidadania, Senado, Niemeyer

da Folha Online

USP

"Há muitos anos frequentamos a USP pelo programa da Universidade da Terceira Idade. Tem sido gratificante voltar a estudar e conviver com a comunidade acadêmica. Cursamos mais de 20 disciplinas em quase dez faculdades, o que nos possibilita comentar alguns aspectos relativos ao seu cotidiano. Os prédios, jardins e salas de aula do Campi não estão adequadamente conservados, e as bibliotecas estão um tanto defasadas, com poucos livros atualizados. A maioria dos alunos é interessada, dedicada e preocupada em aprender. Já no que diz respeito aos professores, os mais antigos tinham um grau de conhecimento bem mais sólido, diversificado, abrangente, sendo que dos novos muito poucos são aqueles que realmente nos impressionaram. Quase todo primeiro semestre há greve dos professores, e o motivo principal é sempre o mesmo: aumento salarial, embora ele venha sempre embutido no meio de outras reivindicações, muitas delas procedentes, inteiramente justas. Na Folha de 16/6, no artigo 'USP: diálogo ou monólogo?', dois professores mencionam a formatação do Conselho Universitário, instância máxima de decisão da USP, sendo este Conselho eleito pelo Colégio Eleitoral, que os articulistas criticam por restringir-se a 300 membros. Não concordam com sua distribuição, onde 85% são professores (90% de professores titulares, muitos deles diretores de unidades), 14% de estudantes e 1% de representantes de funcionários. Contudo parece-nos adequado o número e a distribuição de membros no Colégio Eleitoral, como também que o reitor seja escolhido entre professores mais graduados. Entretanto, há outros pontos que poderiam e deveriam ser abordados, pois é sabido que a USP possui aproximadamente 54 mil alunos de graduação, tem 15 mil funcionários e 5,4 mil docentes. Tem-se,então, 1 funcionário para 3,5 alunos e 1 professor para 10 alunos, parecendo ser exagerado tanto o número de funcionários quanto de professores. Consideram sua reitora muito autoritária, mas acham normal pedir reajuste de 15% numa universidade que desembolsa quase 90% de seu orçamento com pessoal e num país onde a inflação não chega a 6%."

JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

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"Que tristeza tenho ao ver que Clóvis Rossi usa seu espaço de sábado para desprezar a capacidade que estudantes e professores têm de pensar e escolher contra a extrema esquerda. O colunista diz ser do tempo em que os 'Dallaris' sempre apoiariam os estudantes, mas não quer 'discutir os argumentos' de Dallari; diz também ser do tempo em que estudantes não aceitavam polícia no campus e davam apoio integral a seus colegas 'ainda que cego'.
Se Rossi for mesmo do tempo em que os 'Dallaris' não podiam argumentar e os estudantes deveriam ser 'cegos', sinto muito, mas seu tempo já passou e seu artigo soa apenas como panfletagem esquerdista."

JORGE DE AZEVEDO (Utah, EUA)

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"Os tempos são outros. A Universidade de São Paulo é composta por diversos campi situados em São Paulo e outras seis cidades paulistas, além de unidades de ensino, museus e centros de pesquisa isolados, que atuam em todas as áreas do conhecimento. É de fundamental importância que as decisões do Conselho Universitário, que conta com a representação legítima de toda a USP, sejam observadas. O direito ao debate e as manifestações não podem ultrapassar os limites da disciplina e da ordem pública, tão necessários a um ambiente de excelência em produção acadêmica e de conhecimento. Atitudes extremistas de grupos minoritários e que se utilizam de formas truculentas de manifestação não condizem com a grandeza e a pluralidade da universidade e, portanto, não são admissíveis dentro do ambiente universitário."

HOLMER SAVASTANO JUNIOR, diretor e DOUGLAS EMYGDIO DE FARIA, vice-diretor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP --campus de Pirassununga (Pirassununga, SP)

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"Quem elegeu a atual reitora da USP? Dois colégios eleitorais, formados por 300 professores, em um universo de 60 mil estudantes, 13.200 funcionários e 4.700 professores, ou seja: menos de 0,4% da comunidade acadêmica. Se somarmos a isso o fato da atual gestão primar pela exclusão sistemática da participação de alunos, docentes e funcionários em importantes processos decisórios, teremos a receita para a catástrofe atual.
Fica claro, assim, como o que está realmente em jogo nesta e em outras greves da USP é um já histórico desrespeito ao princípio constitucionalmente garantido da gestão democrática do ensino público. As bombas de gás lacrimogêneo e as balas de borracha só fazem evidenciar um autoritarismo e uma violência outrora menos visíveis, mas não menos prejudiciais à universidade."

DARIO DE NEGREIROS (São Paulo, SP)

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"A invasão policial na USP representa apenas o extremo de uma 'política educacional' na qual o uso da força se tornou imprescindível. O histórico do governo paulista é eloquente: a patética tentativa do ex-governador Covas de criar confusão em frente à Secretaria da Educação, anos atrás; a repressão policial na av. Paulista na greve das estaduais em 2000; os vetos de Alckmin aos recursos da educação nos anos de 2004 e 2005 e a repressão aos manifestantes na Alesp; a invasão da tropa de choque em Araraquara em 2007. Nesta semana, vimos mais um destes recorrentes episódios. Serra ampliou esta forma de 'conduzir a política': como suas medidas para a educação beiram o irracional, bem como nada pode estragar seus planos para 2010, lança mão de um tripé: legisla basicamente por decreto, legitima suas ações com o apoio da grande mídia e reprime toda e qualquer oposição com a tropa de choque. O resultado é evidente: em pouco mais de dois anos de mandato, duas invasões policiais em universidades públicas paulistas. Um triste recorde, sinal do que ainda está por vir."

LALO WATANABE MINTO (Campinas, SP)

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Demissões

"Diferentemente do que disse Luiz Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região na reportagem 'Setores afetados mostram perspectiva de admissão' ( Vagas 2009, 14/6), o Banco Nossa Caixa informa que o mês de fevereiro, usado como referência para exemplificar o volume de desligamentos em virtude da fusão de bancos, antecede à incorporação desta instituição pelo Banco do Brasil, iniciada em março de 2009. A Nossa Caixa esclarece ainda que todos os seus mais de 14 mil funcionários serão integrados aos quadros do BB e, conforme acordo formal assinado pelo banco federal, não serão demitidos sem justa causa."

GIOVANNA MASULLO, assessora de imprensa do Banco Nossa Caixa (São Paulo, SP)

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Direitos e cidadania

"Em resposta à carta do leitor Motowi Sano ('Painel do Leitor', 4/6), esclareço que ao abordar as políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo no artigo 'Garantias de direitos e cidadania' ('Tendências/Debates', 1º/6), referi-me à preocupação desta pasta e deste governo em atender às necessidades e demandas e promover a inclusão de todas as pessoas com deficiência, entre elas também as pessoas com deficiência intelectual.
Há equívocos no entendimento do leitor referente ao ICMS na compra de automóveis pelas pessoas com deficiência física. Cabe elucidar que a justificativa legal para a isenção de ICMS na compra de automóveis refere-se à restrição de mobilidade do próprio condutor do veículo. A legislação relativa à isenção de ICMS é federal, com regulamentação estabelecida entre os representantes do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Atualmente nenhum Estado brasileiro oferece isenção de ICMS para a compra de automóveis por pessoas com deficiência intelectual ou por seus familiares.
Na questão da tutela, algumas vezes necessária às pessoas com deficiência intelectual, informo que a Defensoria Pública do Estado de São Paulo presta todo o serviço, sem ônus ao solicitante."

LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, médica fisiatra e secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (São Paulo, SP)

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Senado

"Após a indignação por tudo isso que está acontecendo com a presidência do Senado, fico me questionando como estão se sentindo os membros da Academia Brasileira de Letras, local onde passaram imortais que só dignificaram o país.
Apenas lembrando, foi sob a gestão dessa mesma presidência que me levaram o empréstimo compulsório sobre veículos, prometendo que me devolveriam em três anos; mas só fazem 22 anos. Faz sentido."

MOZARTINO DE LUNA (Santos, SP)

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Niemeyer

"O consagrado arquiteto Oscar Niemeyer projetou a Praça de Niemeyer, que teve custo estimado em R$ 100 milhões. Autêntico monumento ao mau gosto, a mais recente criação chancelada pelo arquiteto para Brasília, a 'Praça da Soberania' --um gigantesco tapete de cimento no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, com obelisco que mais parece um chifre de rinoceronte com 50 metros de altura--, custaria cerca de R$ 100 milhões (R$ 3 milhões para ele, pelo projeto), segundo estima a Secretaria de Obras do governo do Distrito Federal.
Niemeyer vendeu ao Distrito Federal os projetos do Sambódromo (R$ 902,8 mil), da Torre de TV Digital (R$ 2,3 milhões) e da Praça do Povo (R$ 1,3 milhão). Há três outros projetos de Oscar Niemeyer em execução no Distrito Federal, todos vendidos ao governo sem licitação ao custo de R$ 4,5 milhões.
Que o Ministério Público cumpra sua missão constitucional e tome conta conta do nosso dinheiro."

FABIO TAVARES (Rio de Janeiro, RJ)

 
 

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