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Dia dos Namorados

'Foi amor com todo amor que existe no amor', diz leitor sobre relação marcante

Para comemorar o Dia dos Namorados (12), leitores contam as histórias de seus grandes amores

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"Estar do lado dela era como andar descalço nas nuvens, pois seu cheiro, seu beijo, sua companhia eram simplesmente magistrais e se tornaram inesquecíveis". Para tantos, o amor é exatamente assim, como André Inácio de Lima, motorista de aplicativo de São José dos Campos (SP), descreve.

"Nietzsche dizia que ninguém ama ninguém, que amamos o bem-estar que a outra pessoa nos proporciona e, embora eu concorde com ele, sinto que o que existiu entre mim e aquela garota foi algo genuíno e eterno apesar de ter tido um final após nove anos", conta à Folha. Em suas palavras, "foi um amor com todo amor que existe no amor".

Celebrado nesta quarta-feira (12), o Dia dos Namorados nasce pouco romântico e muito interesseiro: pensando em um maior rendimento em um mês pouco movimentado. Os apaixonados, porém, pouco ligam para isso. Querem mais é aproveitar o dia e celebrar suas histórias de amor; algumas foram compartilhadas com a Folha.

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Dia dos namorados é comemorado nesta quarta-feira (12) - Catarina Pignato

Tal como em "Antes do Amanhecer", filme no qual Jesse (Ethan Hawke) conhece Celine (Julie Delpy) em um trem na Europa, Igor Vieira, analista de sustentabilidade de Salvador (BA), conheceu alguém em um transporte no velho continente. Só que em um ônibus, a caminho de Barcelona, durante uma viagem de natal com as amigas.

"Estávamos na rodoviária de Paris no dia 25 de dezembro, esperando o ônibus que nos levaria para Barcelona —uma viagem de 14 horas que eu esperava fazer dormindo, já que era quase meia noite", diz. Quando o ônibus chegou, soltou um palavrão na fila, o que chamou a atenção de uma menina que estava à sua frente. Ela olhou para trás, sorriu e perguntou: "Você é brasileiro?", pergunta que ele respondeu com "Um pouco, e você?".

Uma piada sem graça levou a dez horas de conversa no caminho, e depois um ‘détour’, já que Vieira decidiu desembarcar não em seu destino, mas no dela, em Toulouse, no sul da França. "Passamos a noite juntos. Nesse dia eu me apaixonei por ela. Ficamos juntos por dois anos, mas a distância entre Salvador, minha cidade, e Natal, cidade dela, dificultaram a manutenção da relação."

"De toda forma, sempre que penso em uma história de amor que vivi, penso nela."

A distância não foi um problema para Dante de Lima Fernandes, estudante de Natal (RN). "Uma das implicações da Lei da Gravitação Universal de Newton é que quanto maior a distância entre dois corpos, menor será a atração entre eles. Felizmente, o amor não obedece às leis da física clássica, e a minha história de amor possui uma distância de mais de 2500 km, distância entre Natal, onde moro, e Uberlândia (MG), casa da minha namorada."

Eles se conheceram por meio de um jogo online e começaram a namorar sem nunca terem se encontrado pessoalmente. O primeiro encontro aconteceu no final do ano passado, quando ele foi até Minas Gerais.

"Nesse Dia dos Namorados, o nosso primeiro juntos, mesmo que à distância, é fácil demais dizer que eu a amo demais, e que espero que seja o primeiro de muitos. Perdoe-me, sir Isaac Newton, mas nem o senhor explica o que nos atrai. Eu te amo, Bri", diz Fernandes.

Quando o assunto é amor, nem sempre o tempo, ou ‘timing’, parece ser o mais adequado. Mas, de uma situação aparentemente sem saída, podem surgir as histórias mais bonitas. "Eu me apaixonei na hora errada, mas não pude evitar. Na época eu tinha 28 anos e tinha saído de um casamento turbulento, cujo vínculo afetivo não havia se encerrado completamente", conta Sabrina de Souza Menezes, professora de Vitória (ES).

Recém-solteira, não queria nada sério com ninguém e tentava superar o ex (ao mesmo tempo que estava interessada em reatar o relacionamento). "Mas quando eu o conheci, ele, o amor da minha vida, foi um pouco estranho."

Nunca tinha se sentido à vontade com ninguém como com Rodrigo. "A conversa fluía como se eu o conhecesse há anos". Conta que ele não era "seu estilo", já que sempre procurava em um parceiro as características do ex-marido.

"A princípio eu ignorei. Voltei com o ex e tentei seguir. Mas mesmo tão breve, o encontro com ele não saía da minha cabeça. A gente tinha trocado um beijo, nada a mais, mas parece que eu tinha vivido uma vida com ele. Como se o retorno com o ex, a quem eu conhecia há anos, fosse um erro. Ele, o Rodrigo, era agora muito mais familiar do que o ex jamais foi. O fim de um relacionamento de anos, de repente, era menos impactante do que o término após alguns encontros breves com o Rodrigo."

Terminou seu relacionamento e prontamente engatou um com Rodrigo, com quem hoje é casada. "Tive uma sorte imensa de encontrar alguém assim na minha vida. Eu não estava procurando. Eu sequer queria outra pessoa. Eu, ateia e completamente cética, fui obrigada a acreditar que há mágica nesse mundo."

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"Vivo um grande amor. Por pura sorte, por sofisticação do 'timing'. Acontece, e isso não configura qualquer traição aos caprichos do acaso, que meu amor reside nas miudezas cotidianas. Estão tatuados os movimentos dos lábios, sua caça pelo meu abraço à noite, a forma como ele segura a caneta na mão esquerda, os traços do rosto delicioso, a linha das costas nuas. Entre as capistranas da cidadezinha do interior de Minas onde moramos, sorrio mesmo ciente de que a sorte é inexorável à minha vontade, e que tentar controlar o tal timing (sofisticado. Sofisticadíssimo) é absurdo: minhas tatuagens, que ele consegue desenhar tão displicentemente, são eternamente minhas."
Marina Boncompagne, 30, gemóloga e mestranda em geologia, Ouro Preto (MG)

"Sim, já vivi e vivo um grande amor. Há mais ou menos 30 anos, estamos vivendo esse grande amor e companheirismo. Somos e fomos feitos um para o outro e somos eternos namorados. Temos uma experiência grandiosa e duradoura. Feliz dia dos namorados para todos os casais e Deus os abençoe."
Regina Coman Machado, 64, do lar, Cachoeiro de Itapemirim (ES)

"Conheci meu noivo numa parada de ônibus, enquanto esperava o circular que iria nos levar ao nosso trabalho. Ele, professor de idiomas e eu, assistente administrativo de um banco. Nunca esperei encontrar alguém tão especial assim, simplesmente esperando por um transporte público."
José Lucas Rodrigues Neto, 40, assistente administrativo, Crato (CE)

"Conheci o meu grande amor há três anos, mas não ficamos juntos. Depois de dois anos ele reapareceu em minha vida e hoje estamos juntos há um ano e temos uma filha de um mês. Estamos apaixonados como se não tivéssemos nos conhecido antes."
Sara de Oliveira Franca, 26, doméstica, Rio do Meio, Itororo (BA)

"Eu e minha esposa fomos criados juntos e começamos a namorar quando eu tinha nove anos e ela, oito. Depois dos 14 anos fomos morar juntos, e moramos juntos por 14 anos. Depois nos casamos e ficamos juntos mais 15 anos. Depois nos divorciamos e ficamos cinco anos separados. E, agora, estamos juntos de novo já vai fazer dois anos. Isso é amor ou não é?"
Arlan Vieira dos Santos, 46, aposentado, Vitória (ES)

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