Goulart foi morto a pedido do Brasil, diz ex-agente uruguaio
O ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, 54, disse em entrevista exclusiva à Folha de S.Paulo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal) que espionou durante quatro anos o presidente João Goulart (1918-1976), o Jango, e que ele foi morto por envenenamento a pedido do governo brasileiro.
Jango morreu em 6 de dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. Ele governou o Brasil de 1961 até ser deposto por um golpe militar em 31 de março de 1964, quando foi para o exílio.
Barreiro, que está preso desde 2003 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS), deu detalhes da operação Escorpião, que teria sido acompanhada e financiada pela CIA (agência de inteligência americana) para matar Jango.
Barreiro disse que Sérgio Paranhos Fleury (morto em 1979), à época delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo, era a ligação entre a inteligência uruguaia e o governo brasileiro. A ordem para que Jango fosse morto partiu de Fleury e a autorização, do então presidente Ernesto Geisel (1908-1996).
Em outra reportagem (íntegra para assinantes), a Folha relata que tentou, sem sucesso, falar com pessoas --no Exército, nas Embaixadas dos EUA e Uruguai e na família de Sérgio Paranhos Fleury-- que pudessem esclarecer as afirmações feitas de Barreiro.
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