Com 100% de votos apurados, Roberto Góes é eleito prefeito de Macapá (AP)
Na disputa entre duas das mais importantes famílias da política do Amapá, a Góes saiu vencedora no segundo turno das eleições deste domingo. Com 100% das urnas apuradas, Roberto Góes (PDT), 42, deputado estadual e sobrinho do governador Waldez Góes (PDT), foi eleito com 51,66% dos votos válidos, derrotando o também deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB), 36 --filho de João Capiberibe (PSB), ex-governador do Amapá--, que teve 48,34% dos votos. Com a vitória, a família Góes passa a controlar o Estado e sua capital.
Os votos válidos somaram 80,83% do total do eleitorado (219.241). Os demais se dividiram entre as abstenções (16,68%) e os que votaram em branco (0,69%) ou anularam (1,8%).
Divulgação |
Roberto Góes (PDT), sobrinho do governador Waldez Góes, é o novo prefeito de Macapá |
A vitória foi de virada. No primeiro turno, Camilo Capiberibe conseguiu 33,07% dos votos válidos, contra 26,53% de Roberto Góes.
Além do tio governador, outros caciques políticos do Estado ficaram ao lado de Góes na disputa, o que pode ter sido decisivo para a vitória. Entre eles estavam os senadores José Sarney (PMDB), Gilvam Borges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB).
Outro fator importante na vitória de Góes foi a neutralidade do candidato Lucas Barreto (PTB), que obteve 25,19% dos votos válidos no primeiro turno e se tornou o "fiel da balança" no segundo turno. Caso tomasse posição, Barreto poderia ter decidido a eleição.
Apesar de ser de um partido da base governista do governo federal, a coligação "Nosso Forte é Macapá", que elegeu Góes, tem ainda DEM, PSDB, PTdoB e PSL --os dois primeiros são os 'líderes' da oposição federal. Inclusive a nova vice-prefeita, Helena Guerra, 54, é do DEM.
Essa composição garantiu ainda a ele o triplo de tempo na propaganda eleitoral do que Capiberibe no primeiro turno. Enquanto isso, o concorrente tinha uma coligação com partidos menores --PSOL, PMN e PPS.
Mesmo sendo de partidos da base governista do governo federal e tentarem trazer para si o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dois candidatos evitaram o PT, partido do atual prefeito, João Henrique Pimentel. Pimentel foi preso pela Polícia Federal em 2004 em uma operação contra desvio de dinheiro público, e ainda fez uma administração acusada pelos candidatos de falhar nos serviços públicos e na manutenção e limpeza das vias públicas.
Uma prova da fraca aprovação de Pimentel pelos macapaenses foi a votação inexpressiva da candidata petista Dalva Figueiredo, que ficou com apenas 5,10% dos votos válidos no primeiro turno.
Devido à falta de aprovação da gestão do atual prefeito, os dois candidatos também tentaram "empurrar" Pimentel para o lado contrário. Camilo Capiberibe afirmou durante o segundo turno que o prefeito é aliado do governador Waldez Góes. Em resposta, o candidato do PDT
afirmava que o prefeito era aliado de João Capiberibe.
Góes está na Assembléia Legislativa de Amapá desde 1994, sendo que na última eleição foi o deputado estadual mais votado do Estado, com 10.641 pontos. Ele também é conhecido por ter sido presidente da Federação Amapaense de Futebol, sendo um importante aliado do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo teixeira. Devido a este apoio, Góes chefiou a delegação brasileira nas disputas da Copa América de 2004 e da Copa América de 2007 --o Brasil ganhou os dois torneios.
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