Dirceu arrecada quase R$ 1 milhão e encerra 'vaquinha virtual'
Com arrecadação de R$ 920.694,38 em dez dias, a campanha virtual criada por familiares do ex-ministro José Dirceu (PT) foi encerrada às 12h deste sábado (22). Segundo o site "Apoio Zé Dirceu, 3.972 doadores participaram da campanha.
A quantia, somada aos valores remanescentes das doações aos petistas José Genoino e Delúbio Soares, ultrapassa R$ 1 milhão e é suficiente para pagar a multa de R$ 971 mil imposta pela Justiça a Dirceu por sua participação no esquema do mensalão.
Genoino e Delúbio repassaram, respectivamente, R$ 20 mil e R$ 143 mil excedentes de suas doações.
Na última quinta-feira (21), a defesa de Dirceu foi intimada pela VEP (Vara de Execuções Penais) a apresentar comprovação do pagamento do débito.
Além da multa, ele foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão pelo crime de corrupção ativa. O ex-ministro também foi acusado de formação de quadrilha, crime cujos recursos começaram a ser julgados na última semana.
A campanha de doações a Dirceu é a terceira organizada pelo PT para ajudar políticos condenados no mensalão a pagarem suas multas.
O ex-deputado federal José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares arrecadaram, juntos, mais de R$ 1,7 milhão, quantia que permitiu pagar também o débito do ex-deputado João Paulo Cunha e parte da dívida de Dirceu.
ORIGEM DOS RECURSOS
A Folha havia adiantado que a campanha seria encerrada quando o montante necessário para pagar as doações fosse alcançado. O objetivo é que não houvesse excedentes exorbitantes que pudessem alimentar comentários negativos sobre a campanha.
Na última semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse que as arrecadações eram uma tentativa de "desqualificar a decisão judicial" da Corte e levantou suspeitas sobre a origem do dinheiro doado. Após ser criticado pelas afirmações, Mendes enviou uma carta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em que sugeriu a realização de uma vaquinha para "ressarcir pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos", em referência aos desvios do mensalão.
Em resposta, Suplicy disse que as afirmações de Mendes o levavam a crer que ele não julgava com "base exclusivamente na razão". De acordo com o senador, caberia "maior reserva" ao ministro quando este fosse comentar aspectos do mensalão.
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