Marina diz que alterações no plano de governo não são para evitar polêmicas
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, fez campanha na tarde deste sábado (30) na Rocinha, zona sul do Rio, e falou sobre duas correções feitas em seu plano de governo menos de 24h após ele ter sido divulgado.
A ex-senadora anunciou o programa em solenidade na sexta-feira, (29) mas dois dos pontos mais polêmicos, relativos à política de produção de energia nuclear e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, já foram retificados.
"Não foi uma revisão. Na verdade nós tivemos dois problemas no programa. Um em relação à questão nuclear, que era da parte Ciência e Tecnologia, uma questão que não havia sido acordada com Eduardo. Na parte LGBT, o texto que foi para redação foi a parte apresentada pelos movimentos sociais. Todos os movimentos sociais apresentaram propostas e se contemplou tanto quanto possível as propostas", disse a candidata.
Editoria de arte/Folhapress |
Marina afirmou que o texto que foi ao conhecimento do público equivocadamente é o da pauta dos setores, e não o assimilado por sua candidatura. "O texto que foi publicado não é o que havia sido acordado. O que fizemos foi apenas retornar ao texto da mediação, da mesma forma que aconteceu na questão nuclear. Os próprios coordenadores fizeram a revisão", disse.
A candidata também mandou um recado ao eleitorado que teme uma guinada conservadora em eventual governo. "Independentemente de qualquer coisa, nosso compromisso é com o Estado laico com respeito a liberdades individuais e religiosas. Estado laico para defender os interesses de quem crê e de quem não crê, independente de cor, orientação sexual ou religião."
LIDERANÇA
Comentando a pesquisa Datafolha, que a mostrou empatada em primeiro lugar com a presidente Dilma Rousseff no primeiro turno e vencendo por uma margem de dez pontos percentuais no segundo, Marina disse que é cedo para considerar uma vitória em primeiro turno, ainda que esteja evoluindo nas pesquisas de opinião.
Marina também voltou a enfatizar seu discurso contra a polarização política e aproveitou para criticar o mau momento da economia, registrado na queda de 0,6% do PIB, anunciada na sexta (29). "Respeito todas as candidaturas e o que eu estou buscando é mostrar que é possível unir o Brasil. Em lugar do embate, o debate. Em lugar da separação, a união em torno do Brasil que queremos para que nosso país não entre na recessão como começou a entrar, volte a crescer e controle a inflação."
A candidata fez uma caminhada de 20 minutos pela Rocinha, mas, cercada de assessores e pela imprensa, não conseguiu ter contato muito direto com os eleitores da favela, limitando-se aos acenos à distância. A seu lado estavam o candidato a vice em sua chapa, Beto Albuquerque (PSB), e o ex-jogador e atual deputado federal Romário (PSB), candidato ao Senado.
Ainda na tarde deste sábado, Marina terá um encontro com a Juventude da Rede, partido criado por ela e não oficializado, e do PSB em um teatro na Lapa, na região central do Rio. Ela deve deixar a capital fluminense na noite deste sábado.
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