Mônica Moura ameniza perfil forte do marido João Santana
Sempre foi papel de Mônica Regina Cunha Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, amenizar as brigas e discussões do marido. Enquanto o publicitário falava alto e muito sério quando não estava satisfeito com o trabalho de sua equipe, Mônica entrava na sequência, segundos depois das batidas de porta de Santana, e, sorrindo, tentava colocar panos quentes na confusão.
Entre amigos não era diferente. Quando o debate político costumava esquentar os jantares regados a vinhos caros –sempre escolhidos por ela–, Mônica era a primeira a dizer: "Vamos mudar de assunto. Chega de política!"
E é assim, como o "policial bom" e o "policial mau", que a jornalista de formação contrapõe há quinze anos a personalidade do marqueteiro responsável pela campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014), além de diversas outras no exterior.
A única coisa que a tira do sério e a faz mudar o semblante quase sempre sereno são críticas ao marido. "Aí ela vira bicho para defendê-lo", diz uma amiga próxima ao casal.
Mônica é a sétima mulher de Santana e, desde 2001, é sócia e braço direito e esquerdo na empresa do publicitário, a Polis Propaganda e Marketing.
Quem conhece os dois, diz que Mônica trata de todas as questões práticas da vida deles e da empresa. De personalidade forte, é ela quem faz o contato com a maior parte dos fornecedores, empregados e até com a imprensa quando jornalistas querem falar com o marido, avesso a entrevistas.
Mônica aparenta estar sempre de bom humor. Opina em tudo, inclusive no visual de Santana, a quem cuida para que esteja vestindo roupas e sapatos da moda.
Aliás, foi ela quem apresentou o cabeleireiro Celso Kamura para a presidente Dilma e lhe deu dicas de penteados, coloração de cabelos e maquiagem.
As duas ficaram mais próximas na disputada campanha à reeleição da petista, em 2014. Dizem que o astral "mais leve" de Mônica ajudava Dilma a relaxar um pouco em jantares e encontros privados no Palácio da Alvorada para os quais Santana levava a mulher.
Dilma adotou Kamura como cabeleireiro, mas com as roupas da presidente, Mônica não teve tanto sucesso. Apesar de insistir em levar a presidente a diversos estilistas famosos, Dilma prefere pedir para confeccionar suas roupas com estilistas no Rio Grande do Sul, consideradas pela petista mais "low profile".
PRISÃO TEMPORÁRIA
João Santana e Mônica Moura –ou JS e MM, como respondem às mensagens eletrônicas– receberam a notícia por advogados nesta segunda-feira (22) de que suas prisões temporárias haviam sido decretas na 23ª fase da Operação Lava Jato e que havia mandado de busca e apreensão em todos os seus imóveis no Brasil.
Os dois estavam na República Dominicana, onde trabalham na campanha para a reeleição de Danilo Medina, mas devem embarcar ao Brasil nas próximas horas para se apresentar às autoridades responsáveis pelas investigações.
OPERAÇÃO "ACARAJÉ"
A 23ª fase, intitulada "Acarajé", tem como alvo o publicitário João Santana, que encabeçou campanhas presidenciais petistas, e a empreiteira Odebrecht.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal encontraram transferências de US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões, em valores desta segunda) de investigados da Lava Jato para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro João Santana e pela mulher e sócia dele, Mônica Moura. A offshore, baseada no Panamá, não foi declarada às autoridades brasileiras.
Deste montante, US$ 3 milhões foram pagos ao marqueteiro por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que são atribuídas pelos investigadores à Odebrecht, entre 13 de abril de 2012 e 08 de março de 2013. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT".
OS CLIENTES DE JOÃO SANTANA - Marqueteiro trabalhou em campanhas no Brasil e no exterior
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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