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Haddad sobe no palanque em acampamento símbolo do MTST e corteja sem-teto

Avener Prado/Folhapress
SAO PAULO, SAO PAULO, BRASIL, 28-08-2016: Fernando Haddad-PT, atual prefeito da cidade de São Paulo durante campanha eleitoral visita a ocupação do MTST Vila Nova Palestina, Jardim Ângela, zona sul da capital. (Foto: Avener Prado/Folhapress, COTIDIANO) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***
O prefeito Fernando Haddad no acampamento do MTST Vila Nova Palestina, na zona sul de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), subiu no palanque neste domingo (28) no acampamento Vila Nova Palestina, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), um dos maiores e mais simbólicos dos sem-teto na capital, na região do Jardim Ângela (zona sul).

O prefeito afagou os sem-teto, elogiou a pressão que eles fizeram sobre os vereadores para aprovar o Plano Diretor, em 2014, e anunciou a abertura de um parque próximo dali, em até dez dias, para lazer dos moradores.

Apesar de o MTST não declarar apoio a nenhum candidato –a maioria de seus integrantes divide-se entre Haddad e Luiza Erundina (PSOL)–, o prefeito foi recebido com festa. "Gostaria de agradecer os acordos firmados que foram cumpridos e pedir para que o senhor reforce aqui os acordos que temos", disse, no palanque, a coordenadora do MTST Jussara Basso.

"Nós só temos o Plano Diretor mais avançado do Brasil por causa de vocês. É um plano que dobrou a área de Zeis [Zona Especial de Interesse Social, onde podem ser feitas moradias]. A Câmara não teria aprovado se não fosse pela mobilização de vocês", discursou o prefeito.

Na época da votação do Plano Diretor, Haddad subiu no carro de som do MTST, durante um protesto no centro, e pediu para os sem-teto pressionarem os vereadores. O episódio foi criticado pela oposição na Câmara.

A ocupação da Nova Palestina começou no final de 2013 e causou polêmica com ambientalistas. O local tem cerca de 1 milhão de metros quadrados –equivalente a dois terços do parque Ibirapuera.

A área, privada, seria destinada a um parque, sob a argumentação de ter de mananciais e precisar ser preservada. Mas cerca de 8.000 famílias montaram barracos e cobraram que a prefeitura mudasse a destinação do terreno, que já estava parcialmente degradado (sem árvores).

Após pressão, Haddad revogou o decreto que transformava o local em parque, ato que deu fôlego ao MTST, que passou a considerar a Nova Palestina uma ocupação emblemática em São Paulo.

Ficou definido que 700 mil metros quadrados serão parque, e os 300 mil restantes, usados para a construção de moradias para 3.000 famílias. O projeto está em fase de análise pela Cetesb (companhia ambiental do Estado).

"Nós não separamos meio ambiente e moradia. Aqueles que têm visão atrasada é que querem só preservar o meio ambiente", disse Haddad.

PARQUE

O petista declarou que, para "compensar" a área destinada aos sem-teto e tranquilizar os ambientalistas, a prefeitura comprou, a cerca de dois quilômetros dali, o terreno de um clube náutico onde haverá um parque com 300 mil metros quadrados.

"Daqui a dez dias estará aberto para vocês, com quadra, área de cultura e 93 churrasqueiras", disse. O local ainda não tem nome oficial.

Antes de discursar, Haddad gravou um bate-papo com os sem-teto, em um barracão de madeira, que poderá ser usado em seu programa de TV. Respondeu perguntas sobre habitação e melhorias no trânsito da região.

Falou ainda do cenário nacional e chamou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff de golpe, responsabilizando-o pelo congelamento de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

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