Major Olímpio omite em debate recursos doados à própria campanha; veja quanto cada um arrecadou
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Debate dos candidatos à Prefeitura de SP na Rede TV!, na última sexta (2) |
Em debate na Rede TV! na última sexta (2), o candidato Major Olímpio (SD) omitiu parte de sua arrecadação ao afirmar que recebeu, até agora, R$ 900 em doações de pessoas físicas e R$ 6.500 em repasses do partido.
Outros R$ 5.000 foram dados à campanha por ele próprio. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato tem um total de R$ 12.400 em receitas –o que menos arrecadou até agora.
João Doria, do PSDB, é atualmente o candidato com receita mais alta, alcançando R$ 2,44 milhões. Ele doou R$ 834,1 mil para a própria campanha. A maior contribuição, contudo, veio do partido: R$ 1,5 milhão.
Líder nas pesquisas, Celso Russomanno praticamente só recebeu recursos do seu partido, o PRB. Apenas 0,17% dos R$ 2,4 milhões arrecadados veio de pessoas físicas.
No caso, foram R$ 4.000 doados pelo presidente municipal do PRB, Aildo Rodrigues Ferreira.
À Folha, Ferreira afirmou que a doação corresponde ao valor estimado pelo uso de seu carro para eventos da campanha.
Cerca de 64% do que foi arrecadado pela candidata do PMDB, Marta Suplicy, veio de pessoas físicas.
O marido de Marta, Márcio Toledo, contribuiu com R$ 50 mil, mesmo valor doado pelo coordenador da campanha, José Yunes.
Ivan de Toledo Filho, cunhado de Marta, repassou R$ 500 mil à campanha.
Marta arrecadou até agora R$ 2,27 milhões –R$ 1,45 milhão de pessoas físicas e R$ 817,4 mil do PMDB.
A candidata do PSOL, Luiza Erundina, só arrecadou até agora por meio de doações de pessoas físicas. O advogado Celso Antônio Bandeira de Mello, por exemplo, doou R$ 10 mil à campanha.
A ex-prefeita também recebeu contribuições do historiador Célio Turino (R$ 1.500) e do ex-deputado federal Fabio Feldmann (R$ 120). Turino é um dos líderes do Raiz Movimento Cidadanista, que Erundina quer levar à condição de partido.
O prefeito Fernando Haddad recebeu quantias parecidas de pessoas físicas (R$ 802,7 mil) e do PT (R$ 772,3 mil), somando R$ 1,58 milhão.
REGRAS
A nova legislação eleitoral proíbe contribuições de pessoas jurídicas. Pessoas físicas podem doar até 10% dos rendimentos do ano anterior.
Além disso, o candidato pode receber recursos do partido e de si próprio –sem limites.
Há ainda um teto de gastos que, para o primeiro turno, é de 70% do valor da campanha mais cara de 2012. Em São Paulo, portanto, cada candidato a prefeito pode gastar até R$ 45,4 milhões.