Publicidade
Publicidade
Publicidade

Em debate na Folha, candidatos a vereador discordam sobre soluções para contas públicas

Adriano Vizoni/Folhapress
SAO PAULO - SP - BRASIL, 26-09-2016, 19h20: DEBATE DOS VEREADORES. Debate entre os candidatos a vereadores: Agnes Helena (Novo), Carol Protesto (PT), Eduardo Scolese (mediador Folha), Daniel Annenberg (PSDB), Luiza Eluf (PSD) e Pedro Markun (Rede). (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FSP***
Debate entre candidatos a vereador. Da esquerda para a direita: Agnes Helena (Novo), Carol Protesto (PT), Eduardo Scolese (mediador da Folha), Daniel Annenberg (PSDB), Luiza Eluf (PSD) e Pedro Markun (Rede)

Da auditoria da dívida ao corte de impostos, foram diversas as prioridades relativas às finanças da cidade levantadas pelos vereadores que estiveram nesta segunda-feira (26) em debate na Folha.

Participaram do evento a estudante Carol Protesto (PT); o administrador Daniel Annenberg (PSDB), ex-presidente do Detran-SP; a arquiteta e urbanista Agnes Helena (Novo); a advogada e procuradora de Justiça aposentada Luiza Eluf (PSD); e o ativista digital Pedro Markun (Rede).

Assista

Carol Protesto afirmou que a renegociação da dívida com o governo federal realizada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) foi "cabível no momento", mas que não concorda em "pagar uma dívida que não é nossa". O acordo gerou uma queda de R$ 46 bilhões no saldo devedor da cidade.

Eluf atribuiu a dívida pública à má administração. "A corrupção unida à má gestão e à incompetência são as maiores responsáveis pela calamidade de São Paulo. Não adianta dizer que vai aumentar imposto para resolver."

Annenberg e Markun defenderam a realização de uma auditoria da dívida. Enquanto o primeiro ressaltou a necessidade de pagá-la, pois, segundo ele, um calote destruiria a confiança dos investidores, o segundo defendeu que é preciso entender o que é a dívida.

"É difícil encontrar um economista que fale que não temos que ter dívida pública. Até um nível é importante para o crescimento da cidade", disse. Para Markun, o problema não é só a má gestão. "Só se for globalizada."

Agnes usou o tempo de resposta para afirmar que "ninguém aguenta mais pagar imposto e não ter retorno dos serviços". Segundo ela, imposto sem retorno é "roubo".

Do partido Novo, Agnes disse que se um vereador da legenda votar a favor de qualquer lei que aumente impostos, será expulso.

CRÍTICA A ALCKMIN GERA CONFUSÃO

Sobre a violência policial, Carol Protesto afirmou que o programa tocado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) é "nazista e genocida", gerando reações divergentes na plateia. "Alckmin usa o braço ostensivo da polícia para matar a juventude negra e pobre."

Em seguida, Annenberg, do mesmo partido de Alckmin, utilizou o tempo de resposta de outra pergunta para tentar rebater Carol. Segundo ele, que disse ser descendente de judeus, chamar o governo de nazista é desrespeitoso.

Jovens do PSDB que estavam no auditório fizeram coro ao candidato e bateram boca com a petista, exaltando os ânimos da plateia. "Vão morar na periferia!", disse aos rapazes um espectador.

Markun foi muito aplaudido ao finalizar a discussão. "Um jovem negro morre a cada vinte minutos. Só nesse debate foram seis", disse. "Não vou entrar na discussão de terminologia, mas é fato que temos uma política extremamente violenta e que o governo estadual faz muito pouco no sentido de reformar isso."

CONHEÇA OS CANDIDATOS PARTICIPANTES

Carol Protesto (PT) - Caroline de Moraes Soares tem 19 anos de idade, é estudante do segundo ano da graduação em sociologia e política da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Compõe o Núcleo de Direitos Humanos da faculdade. Militou no movimento dos secundaristas de ocupação de escolas estaduais no ano passado.

Daniel Annenberg (PSDB) - Formado em sociologia pela USP e administração pública pela FGV-SP, participou da elaboração e implantação do Poupatempo em São Paulo, programa do qual foi superintendente por dez anos. Nos últimos 5 anos, atuou como presidente do Detran-SP, de onde saiu para se candidatar a vereador pela primeira vez.

Pedro Markun (Rede) - Ativista digital, é um dos fundadores da Transparência Hacker e do Ônibus Hacker, que visam difundir maneiras de fazer política diretamente se apropriando de meios tecnológicos. É membro da Bancada Ativista, movimento suprapartidário de candidatos que se propõem a renovar a política, e, apesar de estar filiado à Rede para concorrer à eleição, é um candidato independente, desobrigado de seguir a linha política do partido.

Luiza Eluf (PSD) - É advogada e ex-procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo. Foi subprefeita da Lapa entre 2007 e 2008 e secretária nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério da Justiça (de janeiro a dezembro de 1995). Especialista na área criminal, é autora de livros sobre cidadania e violência contra a mulher.

Agnes Helena (Novo) - Arquiteta urbanista com graduação e mestrado pela USP, é especializada em patrimônio cultural e planejamento urbano. Trabalhou com gerenciamento e fiscalização de obras comerciais e residenciais e projetos na área de restauração de edifícios históricos. Hoje, tem uma microempresa no ramo de design de móveis.

Debate continua na terça

Na terça-feira (27), às 19h, será a vez de parlamentares que são candidatos à reeleição.

Participarão os vereadores Eduardo Tuma (PSDB), José Police Neto (PSD), Paulo Fiorilo (PT), Paulo Frange (PTB) e Ricardo Nunes (PMDB).

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade