Em Campinas, candidatos batalham para haver 2º turno

Candidatos à Prefeitura de Campinas têm um objetivo comum na reta final da campanha: tirar votos do atual prefeito. Segundo as pesquisas mais recentes, Jonas Donizette (PSB), que concorre à reeleição, venceria a disputa já no primeiro turno –aparece com 59% dos votos válidos no levantamento do Ibope.

As estratégias para minar Donizette, porém, são distintas. Hélio de Oliveira Santos (PDT) aposta no "confronto de gestões" para mostrar que a cidade estava melhor com ele –que governou a cidade de 2005 a 2011, quando foi cassado pela Câmara Municipal sob acusação de fraude e negligência em contratos públicos.

"Dr. Hélio fez várias obras que foram sucateadas no governo Jonas. Nosso projeto é retomar o que funcionava", afirma Celso Raeder, coordenador da campanha do PDT.

O pedetista está em segundo lugar na pesquisa Ibope, com 15% dos votos válidos.

Marcio Pochmann (PT), que cresceu cinco pontos entre as pesquisas (realizadas em 22 de agosto e 16 de setembro) e hoje tem 12% das intenções de voto, também tem estratégia bem definida para chegar ao segundo turno –feito que obteve em 2012.

"Há quatro anos tivemos 28% dos votos no primeiro turno. Estamos trabalhando onde o Pochmann teve mais votos, para que quem já votou nele vote novamente", diz Renato Simões, um dos coordenadores da campanha.

O PT aposta ainda na presença do ex-presidente Lula na cidade, prometida para esta quarta-feira (28). "Isso deve injetar um ânimo na militância que está nas ruas."

Simões minimiza a possível associação de Pochmann a escândalos envolvendo Lula e o PT. "A insatisfação com a política é geral".

Vereador por três mandatos, Artur Orsi (PSD), que tenta chegar à prefeitura pela primeira vez, quer aumentar a presença nas regiões mais populosas de Campinas com caminhadas e carreatas.

Ele está em quarto na última pesquisa Ibope, com 7% dos votos válidos (tinha 12% no levantamento anterior).

Com 13 segundos na propaganda oficial e vetada nos debates de TV, Marcela Moreira (PSOL), quinta colocada nas pesquisas, com 5%, aposta nas redes sociais para arrebanhar mais votos.

"É onde conseguimos apresentar nossas propostas com mais clareza e didatismo", diz Carol Scassiotti, coordenadora de imprensa da campanha.

REELEIÇÃO

Wanderley Almeida, coordenador da campanha de Jonas Donizette, diz que a estratégia do prefeito seguirá a mesma: "Vamos mostrar que pegamos uma cidade pior do que a que temos hoje e que ainda temos muito a fazer".

Uma crítica feita ao prefeito é o tamanho de sua coligação (23 siglas), o que dificultaria a distribuição de cargos.

Nos debates, o transporte tem sido tema central; pesquisas internas dos partidos apontam o setor como o mais crítico em Campinas.