Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Coelhos contra o crime

Sem propostas para combater violência, candidatos devem se imaginar mágicos

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Após seis meses de intervenção federal na segurança, com resultados aquém dos desejados, Raul Jungmann está começando a entender o mecanismo. Ou a “metástase”, como ele define a situação. “Esse crime organizado que controla o território controla o voto, elege seus representantes e participa do aparelhamento, ou seja, da distribuição de cargos que é feita para obter maioria do governo no Parlamento”, afirmou o ministro da Segurança Pública em entrevista ao repórter Rubens Valente.

Um mapa da influência do crime nas eleições de outubro mostra que, do total de 4.993 locais de votação no Rio de Janeiro, 637 estão em áreas dominadas por facções de traficantes ou por milícias. Nelas só pode fazer campanha o candidato amigo. Um universo de 1,7 milhão de pessoas vota sob pressão ou com medo.

As organizações criminosas instaladas dentro do estado dificultam, segundo o ministro, a investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes: “Está claro que você tem estruturas que participaram direta ou indiretamente desse crime que envolve milícias, envolve agentes públicos e de segurança e envolve políticos”. No momento, investiga-se um grupo de matadores de aluguel formado por policiais conhecido como Escritório do Crime.

O destino da intervenção, que não diminuiu tiroteios nem o número de mortes provocadas por policiais, está selado. Acaba em dezembro. Não por desejo de Jungmann. Os militares no comando da operação rejeitam a renovação do prazo até o fim de 2019. A decisão parece uma quebra de hierarquia. Mas foi acertada de antemão com o presidente Temer na assinatura do decreto.

Sintomaticamente os candidatos a governador se posicionam contra a intervenção ou contra sua prorrogação. Também descartam um plano de segurança semelhante ao das UPPs. Devem ter coelhos escondidos na cartola.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas