A campanha de Jair Bolsonaro (PL) passou por momentos de tensão antes do debate de domingo (16), organizado pelo pool formado por TV Bandeirantes, Folha, UOL e TV Cultura. Uma parte dos estrategistas queria mudar na última hora as regras do confronto com Lula (PT), acreditando que o tempo que eles teriam para falar em cada bloco, de 15 minutos, administrados pelos próprios candidatos, era prejudicial ao presidente.

GESSO

Integrantes da campanha preferiam o formato em que uma pergunta tem cerca de dois minutos, e a resposta, no máximo três minutos. Embora mais engessado, ele protegeria o presidente, que não saberia lidar com o tempo e poderia levar a pior diante do ex-presidente Lula.

GESSO 2

A possibilidade de caminhar livremente pelo cenário da TV Bandeirantes também apavorava: ao contrário de Lula, acostumado a se mover nos palanques, Bolsonaro não saberia como fazer isso com habilidade, perdendo pontos para o petista na linguagem corporal.

PONTO FINAL

Em determinado momento, estrategistas defenderam que Bolsonaro simplesmente cancelasse a ida ao debate.

CONFIANÇA

A ideia, no entanto, não vingou: os filhos de Bolsonaro sustentaram que ele deveria manter a presença no confronto, confiando que o pai se sairia bem mesmo diante de novas regras.

PELO OLHAR

Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi para o estúdio da TV com a equipe e passou a maior parte do tempo dirigindo o presidente, com sinais para que encerrasse as falas quando ficavam longas, e para que mudasse de assunto quando os temas levantados por Lula ou pelos jornalistas eram desfavoráveis a ele.

PELO OLHAR 2

Como se viu, Bolsonaro acabou administrando o tempo com mais habilidade que Lula. Na saída, Carlos Bolsonaro afirmou ao UOL que o fato de conhecer muito o pai facilitava a comunicação entre os dois com pequenos gestos que ajudavam o presidente a corrigir suas posturas durante o confronto.

CARA A CARA

A jornalista Veruska Boechat e suas filhas, Catarina e Valentina, acompanharam o debate entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), na noite de domingo (16), em São Paulo. O cientista político Antonio Lavareda e sua mulher, a advogada Cacy Lavareda, passaram por lá. O advogado de Jair Bolsonaro Frederick Wassef também esteve presente no debate, que foi promovido por Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}