Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Ministros do STF avaliam que é preciso poeira baixar para iniciar aproximação com Planalto
Para magistrados, ainda não está claro em qual terreno estariam pisando, nem quem seria o melhor interlocutor
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Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que querem uma aproximação com o Palácio do Planalto, após a crise gerada com o perdão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), defendem que é preciso esperar a poeira baixar para enviar sinais ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
O primeiro ponto que os magistrados querem entender é quão duradoura poderia ser uma nova ponte de diálogo. Desde o início do mandato de Bolsonaro já foram feitas algumas tentativas de aproximação, frustradas por novas crises.
O segundo ponto é quem poderia estar à frente do processo. Quando ainda era do Executivo, o ministro André Mendonça por diversas vezes desempenhou esse papel.
Como mostrou a colunista Mônica Bergamo, Mendonça manteve interlocução com a bancada evangélica e tem procurado uma solução para a crise gerada com o indulto. Seus colegas, no entanto, ainda não estão seguros de que ele seria o melhor nome. "Todos podem ajudar", afirma um togado.
Pelo lado do Planalto, no entanto, os aliados mais próximos do presidente defendem a sinalização de uma bandeira branca o quanto antes. A avaliação é de que Bolsonaro já faturou politicamente com o episódio e, agora, é a vez de o Congresso assumir a dianteira nesse assunto. Como a Folha mostrou nesta quinta-feira (28), a campanha viu efeito eleitoral limitado com o indulto.
Seus interlocutores afirmam que, dada a temperatura da crise e a proximidade com as eleições, Bolsonaro entregará a missão ao seu núcleo de extrema confiança. O mais provável é que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entre em campo.
Houve uma escalada da temperatura da crise desde a quarta-feira passada (20), quando o STF condenou Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão. Além da imposição de pena, os ministros também votaram para cassar o mandato, suspender os direitos políticos e determinar o pagamento de multa de cerca de R$ 192 mil.
Na sexta-feira (22), Bolsonaro concedeu um indulto ao deputado. Em tese, o instrumento impede o cumprimento da pena por ataques feitos à corte, mas não sua inelegibilidade.
No domingo (24), a crise se agravou devido a declarações dadas pelo ministro Luís Roberto Barroso. Ele afirmou que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o processo eleitoral brasileiro. O Ministério da Defesa reagiu e classificou a fala de Barroso como "irresponsável" e "ofensa grave".
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