Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Fiesp troca verde-amarelo por branco em carta sobre tensão institucional de Bolsonaro
Manifesto liderado por Skaf no ano passado teve o mesmo número de assinaturas
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O novo manifesto "Em Defesa da Democracia e da Justiça", publicado nesta sexta (5) pela Fiesp, hoje sob o comando de Josué Gomes da Silva, teve quase 110 assinaturas, o mesmo número da carta divulgada no ano passado, liderada por seu antecessor, Paulo Skaf.
Chamado de "A Praça é dos Três Poderes", o documento anterior também apontava preocupação com a tensão institucional do governo Bolsonaro na época, mas era menos assertivo.
A carta organizada pela Fiesp sob Skaf, aliado de Bolsonaro, era um recado difuso, que apontava o dedo para todos os Poderes simultaneamente. O novo manifesto é uma resposta mais direta à escalada do presidente contra o sistema eleitoral.
Outra diferença do documento atual foi o endosso imediato da Febraban. Na versão do ano passado, Caixa e Banco do Brasil ameaçaram deixar a federação dos bancos caso a entidade aderisse ao manifesto. O então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, hoje fora do banco por causa das denúncias de assédio sexual, era um dos principais articuladores do desembarque.
O perfil dos signatários também é diferente. A carta deste ano reúne centrais sindicais (CUT, Força Sindical e UGT), OAB, Anistia Internacional, universidades como USP, Unicamp e PUC e a UNE (União Nacional dos Estudantes).
No manifesto de Skaf, boa parte das organizações que assinaram é filiada à federação empresarial. Desta vez, somente 18 dos 131 sindicatos filiados à Fiesp aderiram ao texto.
O documento do ano passado, publicado nos jornais, tinha as cores verde e amarelo, enquanto o deste ano tem fundo branco.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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