Espaço de debate para temas emergentes da agenda socioambiental
Educação empreendedora como recurso para empoderar mulheres negras da periferia de São Paulo
Programa de qualificação para o empreendedorismo aumenta faturamento de pequenos empreendedores e gera empregos em comunidades periféricas
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A desigualdade socioeconômica no Brasil é um problema persistente que afeta diferentes grupos da população, e mulheres negras das periferias são especialmente afetadas por essa realidade. Segundo o Sebrae, cerca de 24% dos empreendedores brasileiros são mulheres negras, número que vem crescendo ano após ano, embora o número de oportunidades não acompanhe esse crescimento.
Diante desse contexto, são bem-vindas iniciativas que oferecem oportunidades e capacitação específicas, visando a educação empreendedora e o empoderamento dessas mulheres.
Nesse sentido, um programa de educação empreendedora gratuito voltado para empreendedoras negras da periferia de São Paulo se apresenta como uma ação importante para criar um ambiente mais inclusivo e equitativo.
Isso porque, além dos desafios comuns vivenciados por todos os pequenos empreendedores, como a falta de recursos financeiros e o acesso limitado a redes de contatos, mulheres negras também precisam lidar com as barreiras impostas pelo racismo estrutural e a falta de representatividade no mundo dos negócios.
Um programa de educação empreendedora gratuito voltado para esse grupo específico é o Salto Aceleradora, formação de pequenos empreendedores que atua nas cinco regiões do Brasil e que está com turmas abertas exclusivas para mulheres negras da periferia de São Paulo.
O programa foi desenvolvido para oferecer conhecimentos voltados para a realidade das mulheres negras e visa suprir uma lacuna existente na formação empreendedora, garantindo que elas adquiram habilidades técnicas e de gestão essenciais para o sucesso de seus negócios.
Além da capacitação teórica, o programa também oferece mentorias com especialistas do mercado. Essa abordagem é de suma importância no contexto de mulheres negras, uma vez que permite que as participantes tenham acesso a orientações práticas, baseadas em experiências reais, e possam estabelecer conexões valiosas com profissionais bem sucedidos.
As mentorias não apenas fornecem um suporte técnico adicional, mas também criam uma identificação crucial para as empreendedoras negras, mostrando que é possível alcançar o sucesso empresarial, mesmo diante das adversidades.
"Ao empoderar essas mulheres e fornecer-lhes as ferramentas necessárias para alcançar o sucesso em seus negócios, estamos quebrando o ciclo de desigualdade e criando oportunidades reais de ascensão social", completa Camila Oliveira, coordenadora de projetos no Salto Aceleradora.
Além disso, o fortalecimento dessas empreendedoras tem um impacto econômico significativo, pois contribui para a criação de empregos, a geração de renda e o desenvolvimento das comunidades periféricas, como mostram os resultados do ano passado do Salto Aceleradora.
Em 2022, o programa teve 1.712 empreendedores impactados, dos quais 52,5% declararam ter percebido aumento médio de faturamento mensal. O aumento médio de faturamento foi de R$ 631,00 e, ao total, foram criados 664 novos empregos e 23.515 novos clientes foram conquistados pelos saltitantes, como são chamados os participantes do Salto Aceleradora.
Ao desenvolver esse programa, o Salto Aceleradora busca promover uma mudança real e duradoura, construindo um futuro mais justo e igualitário para todos.
O programa será realizado em turmas online e híbridas (com encontros online e presenciais), buscando atender as diferentes rotinas e preferências das empreendedoras. Serão 10 semanas, com início previsto para setembro e o objetivo é alcançar 900 inscritas.
As mulheres interessadas podem se inscrever até 18/08 em: bit.ly/SaltoTurmasSP.
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