Siga a folha

Entenda como o brunch se tropicalizou no Brasil com carnes cruas e frutas

Chefs explicam como adaptaram a refeição, que é um misto de café e almoço, para agradar ao paladar brasileiro

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Uma refeição descontraída, sem um horário muito definido, que pode acontecer da manhã ao meio da tarde, com itens que variam de uma simples torrada a um prato mais encorpado. Esse é o brunch, termo de origem inglesa cada vez mais presente no imaginário brasileiro.

Não à toa, receitas típicas desta refeição, como os ovos beneditinos, os waffles e até a torrada de abacate (ou avocado toast) são mais fáceis de ser encontradas hoje em restaurantes, cafeterias, padarias e hotéis.

Mesa de brunch do Grand Hyatt São Paulo - Divulgação/Grand Hyatt São Paulo

Se, em sua origem, esse misto de café da manhã (breakfast) com almoço (lunch) fazia referência à refeição matinal daqueles que iam para festas no sábado à noite e acordavam mais tarde no domingo —com início a partir das 11h e seguindo até 16h—, por aqui, ele migrou para o horário da tarde, como uma espécie de almoço com opções de café da manhã.

Os itens mais pesados comumente associadas ao brunch inglês ou americano, como bacon, ovos fritos e salsichas são substituídas em sua versão brasileira por opções frescas e cruas. "É muito mais prazeroso comer algo cru e fresco debaixo do sol", diz Filipe Rizzato, chef no Palácio Tangará, famoso pelo brunch que começa a partir das 13h. Ele conta que a refeição no hotel do bairro paulistano do Panamby recebeu um toque tropical ao incorporar também uma variedade de frutas.

"Para a gente, [o brunch] acaba sendo mais um sinônimo de fartura, de variedades. Uma das coisas mais legais é poder desfrutar sem pressa", afirma Rizzato. Lá, o brunch tem três etapas. A primeira tem queijos e opções cruas como tartare, carpaccio e ceviche. A segunda envolve pratos de risoto, massa, peixe ou carne. E, por fim, há sobremesas de frutas. Estão incluídas também bebidas não alcoólicas e alcoólicas, como espumante, vinhos, aperol spritz e gim-tônica.

Os alcoólicos, no entanto, não estão necessariamente disponíveis em todos os restaurantes que oferecem brunch. Embora, a mimosa, coquetel que leva espumante e suco de laranja, seja um clássico associado a esse tipo de refeição na Inglaterra e Estados Unidos.

"Tem um público que já incorporou a ideia e pede drinques, como a mimosa e o blood mary. Mas vejo que o brasileiro ainda é resistente a beber no almoço", diz a chef Gabriela Barretto, sócia do café e restaurante Futuro Refeitório, em Pinheiros, na região oeste de São Paulo.

Por ser mais flexível, o brunch permite essas adaptações e acaba se tornando mais uma experiência do que uma simples refeição. "Ele não é tão definido pelo que você está comendo, mas por como você está comendo. É o jeito de fazer essa refeição, o espírito de tomar um café da manhã longo, sem pressa",

Ali, o destaque do brunch fica por conta dos pães artesanais, do doce de leite, da ricota, do croissant, do muffin e da granola, todos produzidos lá mesmo. Isso sem contar os bolos de banana e cenoura, além da tostada de avocado, bastante pedida. "Os brasileiros têm um lado muito tradicionalista. A gente gosta de novidade importada contanto que ela seja adaptada ao nosso jeito", diz Barretto.

O Hotel Emiliano, no bairro do Jardim Paulista, investe na brasilidade e prepara cuscuz de milho nordestino com queijo de coalho. O menu valoriza ingredientes frescos e pequenos produtores locais, com influências litorâneas.

"Tentamos trazer essa leveza de viver em um país tropical. Oferecemos saladas, frutas inteiras, sucos e peixe fresco (afinal, temos 8.000 km de costa)", afirma a chef Vivi Gonçalves, à frente da cozinha do Emiliano há dois meses.

No cardápio do brunch ali, ainda é possível encontrar massas artesanais, arroz com vegetais, nhoque e polenta.

O conceito é ainda mais abrangente no Grand Hyatt, no bairro do Itaim Bibi. Um dos destaques do hotel, a refeição ali conta com seis estações no buffet. A de carnes tem peixe assado inteiro, opções de cordeiro, carne bovina com ou sem ossos, linguiças e um polvo. Na estação de frutos do mar, os pratos sempre são acompanhados de ostras e camarões frescos. Logo ao lado, a estação japonesa traz sashimis e temakis preparados na hora.

Tudo é harmonizado com espumante, vinho tinto e branco servidos à vontade, além de bebidas não alcoólicas, como água, suco natural e refrigerante.

"Sentimos a necessidade de mostrar um verdadeiro brunch aqui em São Paulo, algo que abrangesse todos os tipos de público e que possibilitasse encontros de família e casamentos", diz o chef William Torres.


Futuro Refeitório

R Cônego Eugenio Leite, 808, Pinheiro, região oeste. De ter. a sex., das 8h às 22h; sab., das 9h às 22h; dom., das 9h às 16h. Preço: itens começam a partir de R$ 8,80 (torrada integral)


Grand Hyatt São Paulo

Av. das Nações Unidas, 13.301, Itaim Bibi, região oeste. De dom., das 13h às 16h. Preço: R$ 340


Hotel Emiliano

R. Oscar Freire, 384, Jardim Paulista, região central. De sab., dom. e feriados, das 12h às 16h. Preço R$ 402,50


Palácio Tangará

R. Dep. Laércio Corte, 1501, Panamby, região oeste. Dom., das 13h às 16h. Preço R$ 480.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas