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LeBron critica dirigente que abalou relação entre NBA e China

Astro do Los Angeles Lakers chamou gerente-geral do Rockets de mal-informado

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São Paulo

A mensagem no Twitter do gerente-geral do Houston Rockets, Daryl Morey, em apoio aos protestos contra a China em Hong Kong, continua repercutindo nos bastidores da NBA.

Questionado por jornalistas sobre o episódio, um dos maiores astros da liga na atualidade, LeBron James, do Los Angeles Lakers, criticou o dirigente e o chamou de mal-informado sobre o que definiu como uma "situação muito delicada, muito sensível".

"Muita gente pode sair machucada, não só financeiramente, mas fisicamente, emocionalmente, espiritualmente. Precisamos ser cuidadosos com o que tuitamos e com o que falamos e fazemos", disse LeBron nesta segunda (14), em entrevista após partida de pré-temporada contra o Golden State Warriors.

LeBron chamou o dirigente do Houston Rockets Daryl Morey de mal-informado por seu posicionamento sobre protestos em Hong Kong - Frederick J. Brown - 27.set.2019/AFP

O tuíte de Daryl Morey ficou pouco tempo no ar —o dirigente apagou a mensagem e se desculpou. Mas o estrago já estava feito.

A história virou capa de jornais e estremeceu a relação entre a NBA e a China, país que também vive tensa relação diplomática com o presidente dos EUA, Donald Trump, e é adversário político do movimento em Hong Kong.

Os chineses representam um mercado estimado em 500 milhões de consumidores de produtos da maior liga de basquete do mundo.

"Quando você é mal-informado sobre alguma coisa, e não estou falando apenas especificamente desse tuíte, você não sabe os desdobramentos que podem ocorrer", afirmou LeBron.

A crise geopolítica eclodiu quando a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, apresentou um projeto de lei para alterar as regras de extradição do país, o que abriu a brecha para que cidadãos fossem enviados à China para julgamento.

A resposta de milhares de manifestantes foi ocupar as ruas de Hong Kong, protestando não só contra a lei, mas também contra o domínio chinês sobre o território. Ex-colônia britânica, a região passou ao controle das autoridades chinesas em 1997, ainda que com outro sistema de governo.

"Eu acho que, quando sentarmos e aprendermos com a situação, vamos entender que o que você diz ou tuíta [...] às vezes tem desdobramentos negativos, quando você não está pensando nos outros e apenas pensando em si mesmo", completou o camisa 23.

Desde que publicou a mensagem, o dirigente do Houston Rockets já foi rebatido por outros nomes importantes da NBA além de LeBron. James Harden, principal jogador do time de Daryl, pediu desculpas. "Nós amamos a China, adoramos jogar lá", pulicou.

Já a NBA, por meio do comissário, Adam Silver, tentou adotar tom de conciliação com as duas partes. Disse que a liga terá que "lidar com as consequências [da mensagem]", mas que "não pediremos desculpas pelo fato de Daryl ter usado seu direito à liberdade de expressão".

O dono dos Rockets, Tilman Fertitta, disse que a seu dirigente "não fala em nome" entidade, ressaltando que não há problema na relação entre os dois.

Duas emissoras de televisão que transmitem os jogos da pré-temporada para o público chinês cancelaram a exibição das partidas da equipe de Houston.

A empresa de internet Tencent, que transmite as partidas da NBA por streaming na China, também suspendeu todas as suas exibições do Rockets e ofereceu, inclusive, compensações financeiras aos assinantes de pacotes que incluíam as partidas do time.

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