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Protestos deixam dois mortos na faixa de Gaza e chegam à Cisjordânia

Milhares de palestinos compareceram aos enterros dos manifestantes mortos na segunda (14)

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São Paulo e Gaza | Associated Press e Reuters

​Milhares de pessoas compareceram nesta terça-feira (15) aos enterros dos palestinos mortos no confronto com as tropas israelenses na faixa de Gaza na segunda (14), enquanto a região enfrenta novos protestos. 

Ao menos dois palestinos foram mortos ao participar de um ato próxima da fronteira com Israel, de acordo com autoridades de saúde da faixa de Gaza.

​A onda de manifestações chegou também à Cisjordânia, onde pequenos grupos protestaram nesta terça contra a ação dos militares israelenses, aumentando assim o temor de uma eclosão de violência —até então, os atos estavam restritos à Gaza.   

Os protestos em Ramallah, Hebron e Belém reuniram centenas de pessoas, que entraram em confronto com soldados de Israel. Segundo o jornal Haaretez, 700 manifestantes jogaram pedras e queimaram pneus, o que os militares responderam com bombas de gás, balas de borracha e disparos de armas de fogo. Ao menos 20 palestinos foram levadas ao hospital, sendo uma em estado grave. 

Já na faixa de Gaza, 4.000 pessoas participaram de um protesto e queimaram pneus em cinco pontos próximos da fronteira com Israel, mas não há informação sobre feridos além dos dois mortos.   

Durante a madrugada, o número de vítimas do confronto de segunda subiu para 60 após a morte de um bebê de oito meses, que a família diz ter sido causada por pela inalação de gás lacrimogêneo —médicos locais colocaram em dúvida a informação.  

Segundo um repórter da revista The Economist, a mãe de Laila al-Ghandour deixou a criança em casa com familiares e foi participar dos protestos. O bebê, porém, começou a chorar e um de seus tios decidiu levá-lo até a mãe, que estava em uma tenda próxima da manifestação. 

Durante o confronto, Laila acabou inalando gás lacrimogêneo, o que causou sua morte, segundo a família. "Quando chegamos em casa, a bebê tinha parado de chorar e pensamos que tinha adormecido. Então a levamos ao hospital infantil e o médico disse que ela tinha virado uma mártir", disse a avó da criança, Heyam Omar. 

A agência de notícias Associated Press, porém, disse que médicos em Gaza afirmaram que a morte pode ter sido causada por uma doença pré-existente, sem ligação com o gás. 

O governo israelense disse nesta terça que 24 dos mortos eram militantes do Hamas, grupo radical islâmico que controla a faixa de Gaza e que Tel Aviv considera uma organização terrorista. 

'Nakba'

Os protestos desta terça foram marcados para marcar os 70 anos da "Nakba" (tragédia), quando cerca de 700 mil palestinos fugiram ou foram expulsos da região após a criação do Estado de Israel.

Por isso, a expectativa era que estes atos fossem os maiores desde o início da atual onda de manifestações, chamada de "a grande marcha de retorno", que começou em 30 de março.  

A presença, porém, foi menor do que o esperado, com a participação de 4.000 de pessoas. O número ficou bem abaixo dos 40 mil manifestantes que estavam nos atos de segunda —que foram marcados para o mesmo dia que os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém— que deixou 60 mortos e mais de 2.700 feridos.

Durante todo o período de manifestação, são 107 mortos e 11 mil feridos, de acordo com autoridades de saúde da faixa de Gaza. 

 

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