Explosões em aeroporto na Colômbia deixam 3 mortos, e Duque fala em terrorismo
Ataque foi na cidade de Cúcuta; 2 policiais e um dos autores do ataque morreram
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Duas explosões no aeroporto da cidade de Cúcuta, na Colômbia, mataram dois policiais e o autor de um dos ataques nesta terça-feira (14). O presidente do país, Ivan Duque, chamou o ocorrido de atentado terrorista.
O agressor conseguiu atravessar a cerca que dá acesso à pista quando ocorreu a primeira explosão, matando-o, segundo a versão da polícia.
"Mais tarde, nossos especialistas em explosivos, ao fazerem o reconhecimento da área, identificaram uma mala que também explodiu e causou a morte de dois deles", informou o chefe da polícia de Cúcuta, coronel Giovanni Madarriaga.
Cúcuta é a capital do Norte de Santander, departamento na fronteira com a Venezuela que se tornou epicentro do longo conflito interno da Colômbia, com as forças de segurança lutando contra gangues de traficantes e guerrilheiros em meio ao aumento da produção de coca. As operações no terminal do aeroporto Camilo Daza foram suspensas nesta terça.
Em seu perfil no Twitter, Duque afirmou que repudia o "covarde ataque terrorista ocorrido na cidade" e acrescentou que o Ministério da Defesa, a Cúpula Militar, o Exército e a polícia fariam ações coordenadas para encontrar os responsáveis pelo episódio.
Mais tarde, em um evento no departamento de Antioquia, o presidente disse que o atentado é uma "reação das organizações ilegais diante dos golpes que a força pública vem infligindo".
Os dois agentes mortos, William Bareno Ardila e David Reyes Jimenez, eram reconhecidos por seu trabalho para desarmar explosivos, disseram os policiais a jornalistas.
O ministro da Defesa, Diego Molano, condenou a ação, que também qualificou de terrorista, e sugeriu que ela poderia ter sido planejada a partir do território venezuelano —onde, segundo ele, operam grupos rebeldes colombianos.
"Rejeitamos e condenamos este ato terrorista, que, como sempre, teve como objetivo a desestabilização", disse.
Molano lembrou que em Cúcuta e nos arredores operam o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a extinta guerrilha que assinou um acordo de paz em 2016.
Essas organizações "muitas vezes planejam, financiam e executam seus ataques em território venezuelano e depois, infelizmente, procuram perpetrá-los em território colombiano", disse o ministro ao noticiário da TV Caracol.
Até o começo da noite desta terça, nenhum grupo havia reivindicado a autoria das explosões no terminal de Cúcuta.
Fronteira sob fogo
Colômbia e Venezuela romperam relações pouco depois da chegada de Duque ao poder, em agosto de 2018. Bogotá acusa o regime de Nicolás Maduro de abrigar e dar proteção a membros de grupos ilegais armados colombianos, o que Caracas nega.
Pelo menos quatro ataques sacudiram a região fronteiriça desde meados deste ano.
Um deles foi contra o helicóptero que levava o presidente Iván Duque, no momento em que a aeronave se aproximava de um aeroporto de Cúcuta, em 25 de junho. Nenhuma pessoa a bordo foi ferida por disparos de fuzil.
Em 15 de junho, um posto militar foi alvo de um carro-bomba que explodiu e deixou 44 feridos.
Em agosto, um ataque com explosivos contra uma estação de polícia deixou 14 feridos, entre civis e agentes. E, em 11 de setembro, cinco militares morreram e outros seis ficaram feridos em um atentado similar.
O governo convocou um conselho de segurança na região que permita avaliar a situação e tomar medidas para encontrar seus responsáveis.
Principal exportador de cocaína do mundo, a Colômbia enfrenta o pior surto de violência desde a assinatura da paz com as Farc.
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