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Normalidade à vista

No recuo da gigantesca onda da ômicron, vislumbra-se solidificação da confiança

Desembarque no aeroporto de Guarulhos (SP) - Zanone Fraissat/Folhapress

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Como uma pandemia acaba? Eis uma pergunta difícil de responder, até porque este coronavírus provavelmente não será erradicado.

A crise sanitária será dada por encerrada, na prática, quando a sociedade se convencer de que dispõe de meios de equilibrar o jogo contra o inimigo microscópico. Essa cristalização da confiança pode estar se aproximando com o recuo da onda gigantesca de infecções causada pela variante ômicron.

Para a maior autoridade dos Estados Unidos no combate à epidemia, Anthony Fauci, isso está prestes a ocorrer em seu país. O controle da doença tende a deixar de ser preocupação central do governo nacional e ser absorvido como mais uma tarefa da saúde pública local e também dos indivíduos.

Não por outra razão, mesmo estados norte-americanos que adotaram as políticas mais restritivas na crise agora relaxam restrições, a ponto de abolirem a obrigação de uso de máscaras em ambientes internos. Seguem-lhes os passos nações europeias insuspeitas de negacionismo, como a Dinamarca.

A variante detectada pela primeira vez na África do Sul no fim de novembro engolfou rapidamente todo o planeta. Rompeu em larga medida a primeira linha de proteção ao atingir também pessoas vacinadas, mas não a segunda e mais forte defesa dos imunizantes, que é mitigar o agravamento da doença.

O padrão se repete no Brasil, embora, graças à desídia da administração Bolsonaro, sem a nitidez dos dados. As internações em UTIs paulistas, que em meados de dezembro passaram a acelerar a taxas recordes na pandemia, inverteram a tendência seis semanas depois e hoje desaceleram fortemente.

Apesar da apressadíssima marcha das infecções, o pico de internações nessas unidades especializadas nos casos mais graves desta vez não atingiu nem sequer um terço do registrado no início de abril de 2021, quando a vacinação ainda não havia ganhado escala.

Vacinas salvam milhares de vidas, poupam de sequelas outros milhares de brasileiros e evitam estrondosos custos hospitalares e para o restante da economia. Isso fica patentemente demonstrado na passagem da ômicron.

A normalização da vida após a fase mais árdua da pandemia, para onde parecem caminhar o Brasil e outras nações, decorre do espalhamento e do enraizamento dessa convicção na sociedade. Percebe-se que a batalha contra o coronavírus está mais equilibrada, embora ainda ocorra um número lamentável de mortes evitáveis.

Os governantes responsáveis que estão determinando o fim das últimas restrições à circulação, portanto, apenas reconhecem algo que a sua própria população já absorveu. Está mais seguro tocar a vida.

editoriais@grupofolha.com.br

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