Vacinar os pequenos
Aval da Anvisa para imunização de crianças de 3 a 5 anos ocorre em meio a alta das hospitalizações
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O aval dado pela Anvisa à vacinação de crianças de 3 a 5 anos contra a Covid-19 constitui avanço importante no imperativo de imunizar toda a população brasileira, além de trazer alívio a pais cujos filhos se encontram entre os grupos hoje mais vulneráveis à doença.
De maneira unânime, a agência federal aprovou de forma emergencial (13) o uso da Coronavac para essa faixa etária, e desde a última sexta capitais já vêm promovendo campanhas de imunização.
O esquema vacinal indicado é idêntico ao do restante da população: mesma dosagem e intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda doses. Assim, o Brasil se junta a outros 13 países, como Chile, China, Estados Unidos e Israel, nos quais a imunização de menores de 5 anos já acontece.
Com o vírus circulando livremente entre os pequenos e o progressivo abandono de medidas protetivas, como as máscaras, hospitais passaram a registrar recentemente um aumento expressivo de internações de crianças por Covid.
No mês passado, análise do Infogripe-Fiocruz, projeto que monitora casos de Srags (síndromes respiratórias agudas graves), apontou que o grupo etário de 0 a 5 anos tornou-se, com a exceção da população acima de 60 anos, o de maior risco de hospitalização.
Em novembro do ano passado, por exemplo, esse contingente não representava 5% dos casos semanais de Srag por Covid-19 no país, mas, desde abril, esse percentual vem alcançando até 15%.
O país, ademais, tem registrado a inaceitável média de cerca de duas mortes por dia de crianças abaixo de cinco anos. Segundo a análise do Observa Infância, houve, em 2020 e 2021, 1.439 óbitos nessa faixa etária. Em 2022, já são pelo menos mais 291 mortes.
Tão importante quanto imunizar os menores de cinco é avançar na proteção da população de 5 a 11 anos, apta a receber a vacina desde janeiro. Nessa faixa, o percentual de vacinados com a primeira dose alcança 63%, e o da segunda dose está estagnado em 40%.
A imunização em massa de crianças não apenas reduz as chances de hospitalizações e óbitos por Covid, mas também evita que elas possam se tornar reservatórios do coronavírus, gerando novas cepas e transmitindo-as para outros grupos vulneráveis.
Trata-se de um risco que não pode ser negligenciado num país em que a moléstia ainda ceifa mais de 200 vidas por dia.
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