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O que a Folha pensa inflação

Alívio na inflação

Combinação de fatores externos e domésticos facilita queda dos juros em breve

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Fachada do Banco Central, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

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A inflação ao consumidor medida pelo IPCA ficou em 0,23% em maio, abaixo das expectativas de analistas. Confirmam-se os sinais positivos recentes que devem levar o Banco Central a iniciar um ciclo de cortes de juros em breve.

A variação do índice em 12 meses caiu a 3,94%, menor patamar desde outubro de 2020. Trata-se de melhora expressiva ante os 11,73% acumulados em período correspondente de um ano atrás.

O resultado decorre de uma combinação de queda de cotações de matérias-primas no atacado, barateamento de combustíveis e reversão de altas em bens industriais. A valorização do real ante o dólar contribuiu para esse processo.

A deflação de 7,55% no atacado em 12 meses, segundo o IPA-M da FGV, não deve tardar a ser transmitida mais amplamente para os consumidores. Com o mercado de trabalho estável, a pressão menor sobre preços de artigos essenciais propiciará um bom alívio para a renda das famílias neste ano.

Mesmo a reversão de parcela dos cortes de impostos sobre os combustíveis —promovidos com objetivo eleitoreiro nos últimos meses do governo Jair Bolsonaro (PL)— não deve alterar essa dinâmica.

Mais importante para a definição da política monetária é a evolução dos preços de serviços, que sempre mostram maior inércia e são mais correlacionados com a gestão econômica doméstica.

Nessa frente, ainda há razões para preocupação —as várias medidas do chamado núcleo da inflação se mantêm entre 5% e 6% anuais. Entretanto a leitura de maio do IPCA dá pistas de que também nesse setor se pode esperar uma melhora nos próximos meses.

Para tanto contribuiu a definição e a perspectiva de aprovação de uma nova regra fiscal. Embora o modelo proposto não seja suficiente para conter o avanço da dívida pública, ao menos foi reduzido o risco de descontrole de gastos, o que ajudou a valorizar o real e derrubar os juros futuros.

Com a safra de notícias mais favoráveis, que o BC deve reconhecer, o mercado já antevê juros de um dígito até meados do próximo ano.

É um progresso e tanto, cuja continuação depende de paciência, consistência e perseverança nas ações do governo. Será importante, nesse contexto, evitar o caminho equivocado de revisar para cima as metas de inflação, como chegou a sugerir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Melhor que seja mantido o objetivo de 3% para o horizonte 2024-26, o que poderá reduzir expectativas de inflação e facilitar o trabalho da autoridade monetária.

editoriais@grupofolha.com.br

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