Copo Cheio

Todas as cervejas, todos os estilos, para todos os gostos

Copo Cheio - Sandro Macedo
Sandro Macedo

Monjas de Santa Catarina podem ser as primeiras mulheres trapistas a lançarem cerveja

Hoje apenas 14 mosteiros no mundo têm o selo para produção da cultuada cerveja trapista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Produzidas no interior de mosteiros da ordem trapista, as cervejas trapistas estão entre as mais cultuadas e exclusivas do mundo. Exclusivas justamente por poderem ser feitas apenas no interior dos mosteiros, e supervisionadas por monges da ordem, o que limita sua fabricação.

A maioria dos mosteiros trapistas que produzem as cervejas está na Bélgica: seis. Nos últimos anos, com a popularização da cerveja artesanal de abadia, outros mosteiros passaram a fabricá-la e hoje já são 14 marcas diferentes espalhadas pelo mundo, 13 em solo europeu e uma de um mosteiro nos Estados Unidos.

Monjas da ordem Irmãs Trapistas de Boa Vista (SC), na Escola Superior de Cerveja e Malte
Monjas da ordem Irmãs Trapistas de Boa Vista (SC), na Escola Superior de Cerveja e Malte - Divulgação

Pois agora um mosteiro de Santa Catarina tenta entrar no seleto grupo. E, melhor, seria a primeira cerveja trapista supervisionada por mulheres. Duas monjas da ordem Irmãs Trapistas de Boa Vista, na região sul do país, estão fazendo sua formação cervejeira na Escola Superior de Cerveja e Malte, em Blumenau — única instituição de ensino superior especializada em cerveja na América Latina.

A comunidade trapista em Rio Negrinho já produz outros produtos comuns às ordens, como geleias e chocolates, sempre com o intuito de manter o mosteiro e ajudar outras instituições, sem visar o lucro. A iniciativa do projeto da cerveja em solo trapista veio da própria ESCM, que está bancando o curso e equipamentos, para que as irmãs prossigam com o projeto.

"Conhecemos e estudamos os mosteiros que produzem cerveja, mas não pensamos que seria possível nos envolvermos nesse projeto. Como gosto muito de estudar, estamos buscando conhecimento para evoluir e apoiar a nossa comunidade e outras comunidades no mundo", conta Zulema Jacquelin Jofre Palma, 51, chilena que vive há 12 anos no Brasil.

A monja Raquel Watzko durante aula da Escola Superior de Cerveja e Malte
A monja Raquel Watzko durante aula da Escola Superior de Cerveja e Malte - Divulgação

"Quero que, quando provem a nossa cerveja, as pessoas se conectem também com uma visão mais leve e feliz do que significa a nossa vocação religiosa", comenta Raquel Watzko, 36, a outra monja que está se aperfeiçoando em Blumenau.

Ainda não há um prazo para a comercialização da cerveja. Por enquanto, as monjas de Santa Catarina estão estudando sobre estilos e receitas na ESCM, ao mesmo tempo em que avaliam a melhor estrutura para a fabricação.

Mesmo depois do início da produção, a cerveja ainda não pode receber a denominação de trapista, mas sim de cerveja de abadia. Para ser considerada trapista, além de ser fabricada no interior do mosteiro, é necessário receber o selo de autenticação da International Trappist Association.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.