Após a PRF (Polícia Rodoviária Federal) descumprir ordem judicial de Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que proibia a realização de operações envolvendo o transporte público de passageiros durante o segundo turno das eleições, bolsonaristas subiram a hashtag "Parabéns à PRF" no Twitter.

De acordo com números internos da PRF aos quais a Folha teve acesso, até às 12h35 o órgão já somava mais de 514 ações de fiscalização contra ônibus. O Nordeste do país, com maioria de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi especialmente afetado por blitzes deste tipo.

Nas redes, bolsonaristas parabenizaram a PRF por estar impedindo a população de votar. Perfis tuítam que a Polícia Rodoviária Federal está fiscalizando o transporte de eleitores, e apontam suposta compra de votos com base em transportes fretados com eleitores de um só candidato. "Esquerda chorando. Estão querendo legalizar a compra de votos no Brasil!"

Outros disseram que a PRF está prestando um grande serviço à nação. "Disciplina e coragem no cumprimento do dever", diz outro.

"Quem conhece o Nordeste sabe que sempre existiu compra de votos por aqui", escreveu um perfil. Tuíte ainda diz que esquerda se aproveita de "miséria que eles mesmos criaram". Algumas publicações incluem termos "Bolsonaro Presidente 22".

Páginas e perfis nas redes já denunciavam intervenções e viralizaram a hashtag "Deixe o Nordeste votar".

Oposição ao governo Bolsonaro se manifesta e aponta tentativa de golpe. "Não vencerão. O povo nordestino é forte e determinado", tuitou a ex- candidata à presidência pelo PCB, Sofia Manzano.

Perfis também usam a hashtag bolsonarista para criticar a ação da PRF. "Parabéns PRF por impedir que as pessoas que são conscientes de todas as atrocidades que o governo Bolsonaro fez nos últimos 4 anos de votar".

Publicação diz que em 2018 prenderam o candidato e em 2022, prendem os eleitores. Críticas enfatizam ações focadas no Nordeste. "Vocês viram as blitz da PRF em Santa Catarina??? Pois é, não teve".

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