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Técnica húngara faz gesto 'white power' e vídeo viraliza; internautas cobram medidas

Noémi Gelle esperava pela nota da ginasta Fanni Pigniczki quando fez o sinal com as mãos

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São Paulo

Durante as classificatórias da ginástica rítmica nesta quinta-feira (8), a técnica húngara Noémi Gelle fez um gesto considerado supremacista branco. Esperando a nota da ginasta Fanni Pigniczki, ela sorri para a câmera que está transmitindo os jogos e faz o sinal de "white power", com três dedos erguidos. O gesto é similar àquele usado para "OK".

Nas redes, o gesto não está mais sendo referido à "apito de cachorro" —quando tenta-se passar uma mensagem codificada a um grupo específico— e sim a uma "buzina de navio", pela forma clara que ela faz o gesto. Foi "sutil como um furacão", diz uma internauta.

Fanni não se classificou e terminou as qualificatórias na 12° posição. A brasileira Barbara Domingos, que competia na mesma modalidade, foi classificada em 8°.

O evento não foi isolado. Na final do skate street feminino, em 28 de julho, um funcionário terceirizado da equipe oficial de transmissão das Olimpíadas fez duas vezes esse mesmo gesto, que foi apropriado por supremacistas brancos e significa "white power", ou "poder branco". Os três dedos levantados formam o "W" de "white" e a junção do polegar com o indicador forma o "P" de "power".

A apropriação aconteceu por uma mudança de significado pelo qual o gesto passou no fórum 4chan, onde começaram a propagar que o símbolo representava o "white power". Supremacistas brancos passaram a usar o "OK" como uma forma de transmitir essa mensagem.

O Intercept Brasil teve acesso a essas imagens e entrou em contato com o Comitê Olímpico Internacional (COI), que cancelou a credencial do funcionário. Agora, internautas perguntam se o mesmo irá acontecer com Gelle.

De acordo com o UOL, que entrou em contato com o Comitê Olímpico da Hungria, a técnica afirma que não houve conteúdo intencional no seu sinal. A reportagem também entrou em contato com a Federação Internacional de Ginástica (FIG), que está ciente do caso. O Comitê Olímpico Internacional (COI) ainda não se manifestou.

A Hungria é governada pelo premiê Viktor Orbán desde 2010 e está em seu quarto mandato consecutivo. Ele é considerado um populista de ultradireita e é apoiado por parte da direita conservadora mundialmente. Em maio deste ano, o premiê participou da conferência CPAC (Conferência da Ação Política Conservadora), no qual declarou apoio à reeleição de Donald Trump. Orbán é aliado de Vladimir Putin e amigo de Jair Bolsonaro.

Orbán apoia medidas anti-imigração, políticas anti-LGBTQIA+ e tem um projeto de "democracia iliberal", uma oposição às democracias liberais, consideradas por ele como de esquerda. O Parlamento Europeu classifica o seu mandato como um regime híbrido de autocracia eleitoral. Em 2022, Orbán declarou que a Hungria não era um país miscigenado e que aqueles que fossem, não eram mais uma nação.

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