Missão privada dos EUA faz 25° pouso na Lua; veja lista completa

Alunissagem da Intuitive Machines foi a 12º feita por americanos

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São Paulo

Em um ano agitado para a Lua, foi concretizada a primeira alunissagem de uma missão privada. O feito, confirmado na noite desta quinta-feira, pertence ao IM-1, voo inaugural da Intuitive Machines, de Houston (Estados Unidos).

Com isso, o módulo Odysseus completou o 25º pouso lunar.

No começo deste ano, uma outra missão privada —com o módulo Peregrine, da empresa Astroboticfalhou ainda a caminho do satélite. Culpa de um problema no sistema de propulsão que causou vazamento de combustível.

Superfície lunar vista do alto
Registro da superfície da Lua, com cratera Bel'kovich, feito por câmera no módulo da missão da Intuitive Machines; sonda entrou em órbita lunar e tentou pousar nesta quinta - Intuitive Machines

Um pouco antes, em 2023, outras missões também fracassaram.

Foi o caso da japonesa ispace, que lançou o módulo Hakuto-R Mission 1 (M1) em abril. Um erro de cálculo deixou a sonda sem combustível.

Meses depois, em agosto, o Luna-25 perdeu o controle e espatifou-se no solo lunar. Era a primeira missão russa em 47 anos, e a queda evidenciou a decadência do programa espacial do país, que acumula oito pousos no satélite.

Além de Estados Unidos e Rússia (na verdade, a União Soviética), apenas China, Índia e Japão têm alunissagens concluídas.

Quantas vezes o homem pisou na Lua?

Ao pensar em humanos de fato andando no solo lunar, só os americanos foram bem-sucedidos. Foram 12 os astronautas que pisaram no satélite e 24 os que fizeram a viagem da Terra à Lua, todos pelas missões Apollo.

Em 1969 vieram os primeiros passos da humanidade na Lua, com a missão Apollo 11. Na ocasião, Neil Armstrong e Buzz Aldrin caminharam sobre a superfície lunar.

Os outros países que alunissaram o fizeram com robôs. Os primeiros pousos robóticos ocorreram em 1966. A União Soviética, em fevereiro daquele ano, chegou ao solo lunar com o Luna 9. Em junho do mesmo ano foi a vez dos EUA, com Surveyor 1.

O último pouso lunar do século 20 feito por um robô ocorreu em agosto de 1976, com a missão Luna 24, da União Soviética.

Décadas depois, em 2013, a China pousou no satélite natural, com equipamento robótico.

Em 2023, a Índia também conseguiu a façanha. A missão Chandrayaan-3 pousou na Lua, em 23 de agosto. O feito, por sinal, não foi pequeno: os indianos efetuaram a primeira descida no polo sul lunar, região mais desafiadora para alunissagens do que a faixa equatorial.

O pouso foi transmitido ao vivo pela ISRO (a agência espacial indiana). Houve também um discurso do primeiro-ministro Narendra Modi, que apontou o sucesso como uma realização em prol da humanidade. Disse também que todos podem ambicionar a Lua, inclusive os países do chamado Sul Global.

Os indianos já tinham tentado um pouso, com a missão Chandrayaan-2 em 2019, mas sem sucesso —o módulo de pouso se espatifou no solo lunar, por uma falha de software na operação dos motores de descida.

O mais recente pouso —com alguma emoção e dúvida— foi o japonês.

Em 19 de janeiro deste ano, o Japão comemorou a sua alunissagem de estreia. O voo foi feito com o módulo de pouso Slim (sigla que em português significa pousador inteligente para investigação da Lua), em uma missão de baixo custo destinada a demonstrar um pouso robótico de alta precisão.

Contudo, na transmissão ao vivo do pouso, não ficou claro de imediato se o módulo havia sobrevivido à descida. Por um longo período —ao ponto de a transmissão ser encerrada, com posterior coletiva de imprensa retomando o tema—, a Jaxa (agência espacial japonesa) não deixava clara a situação da nave.

Foi informado, depois, que os painéis solares da sonda não estavam gerando eletricidade, o que poderia abreviar a vida do equipamento.

Passados nove dias, a Jaxa anunciou ter retomado as operações da sonda. Pouco depois, porém, afirmou que o Slim entraria em estado dormente nas duas semanas de noite lunar.

"Embora o Slim não tenha sido projetado para as duras noites lunares, planejamos tentar operá-lo novamente em meados de fevereiro, quando o Sol retornar para iluminar suas células solares", disse a Jaxa, em redes sociais.

Não houve mais anúncios sobre a situação da sonda após isso.

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