Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Não há mal que dure para sempre

Estados têm adotado medidas para enfrentar desigualdades

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Várias conquistas alcançadas pelos movimentos sociais negros brasileiros ao longo de pelo menos cinco décadas de lutas por equidade racial estão sob ataque e ameaça direta ou indiretamente nos últimos tempos.

À primeira vista, o embate parece extremamente negativo. Porém há ao menos um ponto emblemático, quiçá positivo, nesse xadrez da vida real. Por mais longa e tortuosa que seja a jornada dos que perseguem o ideal civilizatório de respeito à igualdade de direitos, os ataques são uma prova de que os avanços foram maiores e mais significativos do que aparentam.

Um bom exemplo é a articulação daqueles que não querem abrir mão de nenhum dos privilégios constituídos à base de uma estrutura social excludente, preconceituosa e discriminatória. A polêmica em torno de ações para a inserção de jovens pretos e pardos no mercado de trabalho por meio de programas de trainee, que costumam mobilizar detratores, ilustra bem a situação.

Verdade que, assim como há críticos, existem também apoiadores da luta antirracista. Dessa forma, ao mesmo tempo em que políticas para reduzir a exclusão racial no país vêm perdendo espaço na esfera federal, a maioria dos Estados tem adotado medidas para enfrentar essa forma de desigualdade.

Além disso, iniciativas inéditas, como o Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer) —que afere a diferença de acesso a oportunidades entre negros e brancos—, e o Índice de Equilíbrio Racial (IER) nas empresas —parte do Pacto de Promoção da Equidade Racial que permite calcular a quantidade de pessoas negras por cargo e salário—, têm surgido e merecem ser celebradas.

Quando o Estado se nega a respeitar e a tratar todos os cidadãos com dignidade, sobretudo numa nação erguida à base do sacrifício e da exploração do trabalho de escravizados, é fundamental que a iniciativa privada manifeste disposição de agir para mitigar o problema. Afinal, não há mal que sempre dure.

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