O lançamento do novo SUV Aircross coincide com os 20 anos de produção e vendas do C3 no Brasil. O modelo chegou ao mercado nacional em maio de 2003, ano em que o setor automotivo iniciou um ciclo de dez anos de crescimento contínuo no país.
O compacto feito em Porto Real (RJ) custava a partir de R$ 32.350, preço que não incluía o ar-condicionado. Item opcional na opção GLX, era oferecido por R$ 2.200.
Eram outros tempos e uma outra Citroën. A marca, sempre orgulhosa de representar a inovação e a criatividade no setor automotivo, queria também ser premium no Brasil. Essa proposta, contudo, remetia ao início das importações e não era condizente com os produtos oferecidos no início dos anos 2000.
O C3 representou a mudança de estratégia inseriu a marca francesa no segmento mais disputado daquela época, o dos hatches compactos. Por não ter opção 1.0, concorria entre as opções mais caras e equipadas.
Quando a segunda geração foi lançada, em 2012, o mercado começava a apresentar problemas. Logo depois, os seguidos anos de bonança seriam substituídos por alta da inadimplência, restrição ao crédito e crise econômica.
O preço do então novo C3 partia de R$ 40 mil na versão Origine 1.5 flex (93 cv). O mercado já não aceitava carros sem ar-condicionado nessa faixa de preço, e o equipamento se tornou item de série.
A geração atual, mais uma vez, representa a mudança de estratégia da Citroën, que hoje é parte do grupo Stellantis.
Ainda há vislumbres de inovação em seus produtos, mas a proposta é mais racional. O C3 2023 simboliza essa transformação, bem como o novo Aircross.
A terceira geração do compacto é mais espaçosa que as anteriores, contudo perdeu diferenciais como a forração aveludada da primeira geração e o para-brisa panorâmico Zenith da segunda.
A versão mais em conta (R$ 73 mil) tem motor 1.0 flex de origem Fiat. Os principais itens de série são ar-condicionado e direção com assistência elétrica.
O valor inicial é praticamente o dobro do cobrado há dez anos –e vale dizer que esse é um dos modelos zero-quilômetro de menor preço vendidos hoje no Brasil.
Para impulsionar a comercialização no varejo, a Citroën lançou uma campanha de financiamento em 72 prestações.
O comprador dá 40% do valor no ato da compra e divide o resto em parcelas de R$ 999. Grosso modo, a entrada equivale ao que será pago de juros. Não parece um bom negócio, assim como a maioria das opções de crédito em tempos de taxa Selic a 13,75%.
Com lançamento previsto para o segundo semestre, as vendas do novo C3 Aircross devem dispor de condições melhores. Seu preço inicial é estimado em R$ 100 mil, valor competitivo no segmento de SUVs compactos.
O novo modelo se destaca pelo espaço interno, com possibilidade de ter sete lugares. As versões com cinco assentos terão porta-malas com 489 litros de capacidade.
O principal motor da linha será o 1.0 turbo flex que já equipa modelos da Fiat. Outras novidades do Aircross serão o painel digital colorido e os airbags laterais.
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