Desde o advento das semifinais no campeonato estadual de São Paulo, em 1978, apenas 8 vezes, nas 24 oportunidades em que o regulamento as estabeleceu, os quatro grandes estiveram juntos nelas.
Pois eis que com as classificações de São Paulo e Corinthians na noite da quarta-feira (27), o quarteto estará reunido de novo como, aliás, se deu também no ano passado.
Neste século isso aconteceu apenas 4 vezes, contra 8 em que sempre houve clubes do interior, segundo pesquisa do jornalista Rodolfo Rodrigues.
Se os fatos demonstram que o campeonato não tem a facilidade imaginada por muitos, as possíveis disputas entre os gigantes animam o modorrento certame.
Ainda mais depois que o Santos, mesmo desfalcado, eliminou o Red Bull Brasil, de melhor campanha na fase de grupos, e o Palmeiras, enfim, fez exibição à altura de seu elenco, ao golear impiedosamente o Novorizontino por 5 a 0.
Pensar em embates entre Palmeiras x São Paulo e Santos x Corinthians transforma o inha, se não em ão, ao menos em Campeonato Paulista.
O Paulistinha não virará Paulistão porque depois que consagrar o campeão será rapidamente esquecido, principalmente por Palmeiras, Corinthians e Santos.
O Palmeiras, atual campeão brasileiro, porque tem uma Libertadores pela frente, além de outro Brasileirão.
O Corinthians porque já ganhou o campeonato 29 vezes e é bicampeão em 2017 e 2018.
O Santos porque maior campeão estadual no século 21, com sete títulos, um a mais que o Corinthians.
Já para o São Paulo terá um significado especial, sem dúvida, tamanha a seca que assola os lados do Morumbi --apesar dos estragos feitos pela chuva por lá.
Teremos um fim de semana emocionante com São Paulo x Palmeiras, no sábado (30), e Corinthians x Santos, no domingo (31).
Melhor ainda será se os clubes brasileiros tiverem, neste 31 de março, o senso cívico mostrado pelos argentinos que repudiaram, no último dia 26, o aniversário do golpe de 1976, o da sangrenta ditadura do general Videla, que morreu pagando por seus crimes em prisão perpétua.
Algo que se impõe quando existe quem queira comemorar o golpe de 1964.
Compliance x enganation
Walter Feldman, o secretário-menor da CBF, anda por Brasília em busca de convencer parlamentares das práticas de compliance da "nova" Casa Bandida do Futebol.
Compliance, como se sabe, é uma palavrinha inglesa que empresas como a Odebrecht e a CBF adotaram por pura enganation.
Compliance é seguir as leis, enganation é enganation.
O secretário-menor só omite que o atual presidente decorativo da entidade, o coronel Nunes, é fruto de um golpe e o próximo, a partir do mês que vem, de outro, o golpe Caboclo, resultado de mudança do estatuto para aumentar o peso dos votos das federações estaduais em eleição viciada, ainda sob escrutínio da Justiça.
Esconde, também, que seu padrinho, o Marco Polo que não viaja, segue dando as cartas com o beneplácito das autoridades.
Acreditará no secretário-menor só o parlamentar diminuto.
Atenção: nada contra os baixinhos!
Ruy Barbosa media 1,58 m.
E disse: "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".
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