Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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A quem interessa o Majestoso deste domingo?

Título estadual será mais importante para o São Paulo, embora o único possível para o Corinthians

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Corinthians e São Paulo jogarão pela 14ª vez no novo, e problemático, estádio alvinegro.

Fosse o Gre-Nal e teria número, Majestoso 348. Mas não tem. Tem muita história e uma escrita: desde 21 de setembro de 2014, data do primeiro em Itaquera, o Tricolor perdeu dez vezes e empatou três.

O que colabora para a vantagem de 131 vitórias alvinegras contra 106 são-paulinas de maneira significativa para uns e incomoda para outros.

Os dois estão classificados para as quartas de final do Paulistinha que teve os anfitriões como tricampeões em 2019 e os visitantes não ganham desde 2005, jejum maior que o entre 1957 e 1970.

Ser campeão estadual nesta temporada será mais importante para o São Paulo, embora o único título possível para o Corinthians, aparentemente inacessível.

Dois homens, um de vermelho e outro de branco, disputam bola em gramado
Luan e Léo Natel em lance de partida entre Corinthians e São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, em dezembro - Amanda Perobelli-13.dez.2020/Reuters

O resultado do clássico, na batata, para o São Paulo não tem a menor importância. Importante será o jogo da quarta-feira (5), contra o Racing, em Buenos Aires, pela Libertadores em busca do tetra, façanha inédita para clubes brasileiros.

É claro que nestas alturas do campeonato o argentino Hernán Crespo está cansado de saber da escrita ao mesmo tempo em que sabe não se tratar de rivalidade à altura de Boca Juniors x River Plate, mas, de qualquer forma, do antagonismo entre a segunda e a terceira maiores torcidas do país. Longe de ser pouca coisa.

O que fazer diante disso?

Para Vagner Mancini pode significar a sobrevivência, perdido que está entre escalar a garotada ou a velharada.

Em 2021 os títulos do Corinthians serão não perder clássicos, como já conseguiu no 2 a 2 com o Palmeiras, depois de estar perdendo por 2 a 0, e na vitória contra o Santos, depois de sete anos na Vila Belmiro.

Empatar com o São Paulo, ao menos, manterá a freguesia em casa, razão pela qual o time deverá entrar em campo com a faca nos dentes, como se fosse uma decisão, arma para quem tem pouca bola nos pés.

A situação do São Paulo é oposta e a única coisa sensata a fazer é escalar a meninada e seja o que os deuses dos estádios quiserem.

Aliás, provavelmente os meninos terão mais gana de acabar com o chamado tabu —criação do vocabulário futebolístico, sem nada a ver com o antropológico.

Claro que a já quase idolatria por Crespo aumentará alguns patamares caso ele saia da zona leste como vencedor do Majestoso, mesmo que provavelmente vá ter outras ocasiões para fazê-lo e em jogos realmente importantes.

O futebol também tem razões que a própria razão desconhece, o que não deve ser razão (perdão pela repetição) para a irracionalidade.

E, no momento, só o São Paulo pode ser racional.

Contas reprovadas

As contas da gestão de Andrés Sanchez de 2019 só foram submetidas ao conselho do Corinthians na semana passada, depois de mil manobras indecentes para que uma eventual reprovação, na época certa de sua apresentação, não influenciasse na eleição que acabou mantendo a mesma turma (?) no poder.

Pois eis que, finalmente, as contas foram devidamente reprovadas, apesar de por margem estreita, 132 a 130, o que dá a medida da contaminação no Parque São Jorge.

O que acontecerá com os responsáveis, o ex e o atual presidente, que disse à Folha ver em Sanchez o melhor da história corintiana, além de ter participado ativa e desastradamente da desvairada, (honesta?) administração do clube em 2019?

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