Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Atlético Mineiro, Flamengo e Palmeiras podem dividir a temporada quase irmãmente

Trio está envolvido na briga pelos títulos do Brasileiro, da Libertadores e da Copa do Brasil

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Mais democrático, impossível.

A temporada de 2021 pode terminar com o Atlético Mineiro bicampeão brasileiro, o Palmeiras tricampeão da Libertadores e o Flamengo tetracampeão da Copa do Brasil.

Será grandioso para o Galo se o ano acabar com o título do 50° Campeonato Brasileiro, depois de ter a glória de ser o campeão do primeiro.

Hulk comemora gol pelo Atlético-MG
Hulk comemora gol pelo Atlético-MG - Washington Alves/Reuters

Ao Palmeiras, caso conquiste a taça continental pela terceira vez, igualando-se a Santos, São Paulo e Grêmio, e diante da terceira chance de vencer o Mundial que ainda não tem, de amargo que está o ano findará dulcíssimo.

E o tetra da Copa do Brasil, se pode parecer apenas consolo para as ambições hegemônicas do Flamengo, não duvidem a rara leitora e o raro leitor que a Nação saberá transformar em conquista épica.

O "quase" irmãmente está posto exatamente porque nada pode ser mais importante para o Galo que sair da fila, como o mais vital para o alviverde é o triunfo no Mundial, ao passo que o tetra rubro-negro será apenas novo troféu importante na estante da Gávea.

Jamais um mesmo clube brasileiro ganhou os três títulos na mesma temporada.

Verdade que o Santos foi campeão em 1962, e em 1963, da Taça Brasil, da Libertadores e do Mundial, então as três competições mais importantes que disputava, embora com a covardia de ter o Rei Pelé em seu time; que o Flamengo ganhou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores em 2019 e que o Palmeiras venceu a Copa do Brasil e a Libertadores no ano passado.

Depois do atropelamento que os meninos do Fluminense aplicaram ao Flamengo no Maracanã, só uma catástrofe de proporções tsunâmicas para tirar o bi do mecenato mineiro, que não satisfeito haverá de querer também o bi da Copa do Brasil, melhor ainda se contra os cariocas, compensação formidável para eliminação, invicto, na Libertadores.

Também ao Palmeiras não haverá melhor modo de esquecer quaisquer frustrações com o Santo Graal conquistado sobre o rival que não supera há nove jogos.

O fato de o Flamengo ser o adversário a ser batido, tanto pelos mineiros quanto pelos paulistas, dá à medida do tamanho do rubro-negro, porque é sabido que a melhor régua para medir o rival é exatamente a de quem os demais mais querem derrotar.

Em São Paulo, por exemplo: quem santistas, são-paulinos e palmeirenses têm maior prazer em superar?

Para o futebol brasileiro será saudável se houver a divisão de uma taça para cada um dos pretendentes porque monopólios e hegemonias são maléficas em quaisquer áreas de atividade.

E se a divisão não distribuir felicidade na mesma proporção ao atual Trio de Ferro de nosso futebol, mais difícil ainda será medir a frustração de cada uma das torcidas caso alguém fique sem título algum.

Se acontecer com o Atlético, a mais improvável das hipóteses, haverá um galicídio nas Minas Gerais, não haverá pepita de ouro do sr. Menin que possa evitar.

Se for com o Palmeiras, o mais ameaçado por só contar com a bala de prata, dona Leila terá mais do que conflitos de interesse para administrar, mas a revolta com amendoins envenenados, manchas vermelhas e a necessidade de um novo 7 de Setembro.

Finalmente, terminem 2021 de mãos abanando, o carioca Landim e o gaúcho Renato terão de providenciar passagens para Hungria e pedir visto de trabalho por, pelo menos, um ano.

Se acontecer, que levem o genocida com eles.

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