Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O balanço de belo Brasileirão

O campeonato chega ao fim com resumo positivo apesar do calendário apertado

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Indiscutível campeão com larga antecipação, o Palmeiras ganhou a taça mais importante da temporada de 2022, embora não a mais valorizada, a da Libertadores.

Mais importante porque título do campeonato mais exigente, mais difícil, que melhor mede regularidade e, neste ano, o que apresentou também o futebol de mais qualidade.

O Palmeiras foi campeão com estilo melhor que o do Flamengo vencedor da Copa do Brasil e do torneio continental sem brilhar, principalmente nos jogos decisivos.

O técnico português Abel Ferreira, do Palmeiras.
O técnico português Abel Ferreira, do Palmeiras. - Amanda Perobelli/Reuters

Coube ao Fluminense os momentos mais encantadores, mérito de Fernando Diniz e de Paulo Henrique Ganso, assim como está de parabéns o vice-campeão Internacional que chegou melhor do que se poderia imaginar antes de o Brasileirão começar e ainda o único a bater, como mandante, o Palmeiras.

Tivemos grandes jogos e a qualidade dos gramados colaborou para tanto, embora ainda tenhamos convivido com alguns abaixo da crítica, principalmente o do Castelão, crime que ajudou a rebaixar o Ceará e que muito prejudicou o Fortaleza, capaz, contudo, de reação sensacional no segundo turno, graças a nova demonstração de competência do treinador argentino Juan Vojvoda.

O Atlético Mineiro acabou por ser a maior decepção. Depois de, por pouco, e injustamente, não ter vencido tudo no ano passado, neste fez campanha abaixo da crítica, prova provada de que dinheiro ajuda muito, mas não é tudo, não basta.

A volta de Cuca, o que deve explicações à sociedade, teve enredo desastroso e as mulheres atleticanas têm motivos de sobra para se indignar com a insensibilidade dos milionários comandantes do clube, apesar da classificação para a chamada pré-Libertadores.

O São Paulo não ficou muito atrás do Galo em campo, além de ter sido mais uma vez caótico fora dele, com participação patética de seu presidente.

Com doping financeiro na veia, a campanha do Corinthians ficou na média, pouco brilho e colocação razoável.

Escolher a seleção do campeonato será sempre motivo de polêmica, até para escolher o melhor treinador, porque Diniz, Vojvoda, e Mano Menezes, no Colorado, podem discutir o primeiro lugar com Abel Ferreira. O lusitano ganha a discussão.

Weverton é o melhor goleiro em atuação no país, mas João Paulo, do Santos, ganhou dele no campeonato. Não fosse ele e o Santos cairia, ao passo que o Palmeiras seria campeão mesmo com o reserva Marcelo Lomba.

Marcos Rocha, que deveria estar na seleção no lugar de Daniel Alves, forma com o firme, artilheiro e líder Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez, a defesa toda alviverde. Razão pela qual o terceiro goleiro da seleção brasileira não teve tanto trabalho.

Dois jovens volantes modernos como André, do Fluminense, e João Gomes, do Flamengo, daqueles que desarmam e armam, mais o exuberante Dom Arrascaeta e Gustavo Scarpa, o melhor de todos, compõem o meio de campo, para alimentar e acompanhar Dudu e Cano no ataque.

Com o que temos quatro hermanos no time, o paraguaio Gómez, os uruguaios Piquerez e Arrascaeta, além do argentino Gérman Cano, impressionante máquina de fazer gols.

No quesito goleador, por sinal, outro argentino, Jonathan Calleri, se destacou, desafiado por Pedro Raul, do Goiás, que tem 1,93m — 12 centímetros a mais que Calleri e 17 a mais que Cano.

O Brasileirão agradou, o torcedor apareceu como havia tempo não fazia e agora é Copa do Mundo.

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