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Morador do centro de SP, Olivier Anquier diz ver mudança positiva na região com retrofits e policiamento

Chef francês, que reside há 16 anos na área, afirma que centro está virando o melhor lugar de São Paulo e defende iniciativas do governo e da prefeitura

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Morador do centro de São Paulo há 16 anos, o chef francês Olivier Anquier diz que vem observando nos últimos meses uma mudança positiva na região. A começar, afirma ele, por uma presença "concreta do poder público", que ele diz nunca ter visto até então.

Do alto do edifício Esther —marco modernista da cidade e onde ele mora e tem um dos seus restaurantes—, Anquier publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra quatro carros de polícia na praça da República. "Com muito respeito e consciência, o centro está virando o melhor bairro de São Paulo. Inegavelmente!", escreveu na legenda.

O chef Olivier Anquier
O chef Olivier Anquier - Marcus Leoni -13.ago.2018/Folhapress

À coluna, o chef afirma que o reforço policial é importante e mostra que os governantes estão voltando seus olhos para a "joia que é o centro" da cidade. Mas ele complementa que outros fatores estão possibilitando essa mudança, como a chegada de novos comércios e moradores, além da revitalização de prédios antigos por uma técnica chamada retrofit.

"Os empresários que estão vindo para cá estão entendendo que o centro é, muito provavelmente, um dos únicos lugares de São Paulo que vão conseguir manter essa alma da cidade, das relações humanas", diz.

"Infelizmente, bairros tradicionais que tinham essa particularidade como os Jardins e a Vila Madalena estão acabando. Todas as casas e edifícios antigos estão sendo destruídos para a construção de prédios novos e frios. Toda essa alma vai desaparecer", afirma ele.

Ao longo de 2023, primeiro ano da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Governo de São Paulo, apesar do aumento do efetivo policial, o centro enfrentou diversos problemas, como saques, mortes e aumento no número de crimes patrimoniais. Tradicional ponto boêmio da região, o Bar Brahma chegou a ser atacado com pedras após um suspeito de integrar a "gangue da bike" ser agredido na porta do restaurante.

No início deste ano, após mais uma loja na região ser saqueada por usuários de drogas, Tarcísio e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciaram mais PMs e guarda-civis metropolitanos nas ruas do centro.

Para Olivier Anquier, o ataque ao Bar Brahma foi um um acontecimento pontual e que "não representa o centro". Segundo ele, há bairros nobres de São Paulo que têm problemas piores de segurança, como assaltos à mão armada. "Tenho amigos que moram em Moema que são aterrorizados constantemente com isso."

Diz o centro não pode ser identificado apenas pelo problema da Cracolândia, e que Paris enfrenta situação semelhante com usuários de drogas concentrados em bairros da capital francesa. "Da mesma forma, a Cracolândia está num ponto determinado do centro."

Para ele, o alto número de pessoas em situação de rua que circulam na região não é uma questão única do centro. "Eles estão por toda a cidade. E todos nós somos culpados. É uma tristeza, uma calamidade. Não há um bairro, uma rua de São Paulo que não tenha uma tenda e uma família morando lá dentro."

O chef diz acreditar que o poder público e a sociedade vão encontrar uma "solução nobre" para a Cracolândia e para a questão da moradia.

Ele afirma ainda "aplaudir" iniciativas do poder público, a exemplo da proposta da gestão Tarcísio de mudar a sede do governo estadual para a região central. Também diz apoiar projetos como o de instalar grandes painéis eletrônicos na esquina das avenidas Ipiranga e São João, nos moldes da turística Times Square, de Nova York.

"Toda a iniciativa que é positiva, que é construtiva, eu sou posso aplaudir."

Olivier Anquier afirma que a melhor fase do centro, especialmente no entorno da praça da República foi quando o espaço foi revitalizado, por volta de 2007 e 2008. "Foram também os anos das primeiras viradas culturais, que eram sensacionais, com artistas e um ambiente muito bacana. Foi um momento realmente mágico, mas curto."

Depois disso, porém, ele diz que a área voltou a cair no esquecimento, com uma série de promessas não cumpridas pelos governantes.

O chef afirma ainda gostar de morar no centro pela possibilidade de sair de casa a pé e poder "trombar com dezenas, centenas de pessoas diferentes", de origens e níveis sociais diversos.


FOLHETIM

Andrea Beltrão, uma das protagonistas de "No Rancho Fundo", e as atrizes Mariana Lima e Ju Colombo, que também integram o elenco da trama, marcaram presença na festa de lançamento da nova novela das seis da Globo. O autor do folhetim, Mario Teixeira, o diretor Allan Fiterman e a atriz Déborah Bloch prestigiaram o evento, que foi realizado na segunda (8), nos Estúdios Globo, no Rio. Os atores Thardelly Lima, Haroldo Guimarães e Welder Rodrigues passaram por lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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