Em abril, a Bloomberg perfilou Robin Brooks sob o título "In Bald Guy We Trust", trocadilho com o lema da nota de dólar. Foi republicado no Brasil como "No careca nós confiamos" ou "In careca we trust", a expressão popularizada em mídia social no país.
"O careca" é economista-chefe do Institute for International Finance, de Washington, associação das maiores instituições financeiras privadas. Otimista com o Brasil, ele viralizou, acumulando seguidores no Twitter, parte deles "eleitores de Bolsonaro", daí os vários perfis.
Brooks foi economista do FMI e o principal estrategista de câmbio do Goldman Sachs, sendo saudado também como "careca do Goldman". Há três anos, em pleno governo Bolsonaro, ele vem dizendo que o valor justo para a moeda brasileira é R$ 4,50 por dólar.
Nesta semana, o careca não mudou, mas a Faria Lima, sim, apostando agora contra o real —e contra Lula. Brooks, no sábado:
"Fomos inundados por cobranças para enfraquecer nosso cálculo de longa data do valor justo de R$ 4,50. Não vamos fazer nada disso. O resultado na eleição não é importante. Na verdade, tratava-se de saber se o Brasil pode evitar um 6 de Janeiro ao estilo dos EUA. Ele o fez. O real vai se recuperar para R$ 4,50."
Não parou aí, falando diretamente (tuíte acima) aos seus seguidores no mercado financeiro do país:
"O Brasil teve eleições há duas semanas e a transferência de poder é pacífica. O mais raro dos presentes: uma grande economia emergente com uma democracia que funciona. O que fazem os mercados? Eles punem o Brasil. Não aprendemos nada vendo os autocratas em 2022?"
Muitos seguidores reagiram, mas a economista brasileira Monica de Bolle, da Universidade Johns Hopkins, que vinha tentando falar o mesmo, traduziu e retuitou: "Thank you @RobinBrooksIIF, obrigada!". O careca retuitou de volta.
SEGURANÇA, CONFIANÇA, ESTABILIDADE
No Renmin Ribao, o Diário do Povo, com agência Xinhua, "Vice-presidente eleito do Brasil: Farei o possível para contribuir para o fortalecimento das relações Brasil-China".
Falando ao Conselho Empresarial Brasil-China, Geraldo Alckmin prometeu "segurança jurídica", sobretudo para investimentos em logística e infraestrutura, e disse que vai "contribuir ao máximo".
Do vice atual, Hamilton Mourão, também no evento: "A confiança, a estabilidade e a visão a longo prazo dão um sentido estratégico à parceria entre Brasil e China".
NOVA AUTORIDADE
Sob o título "Brasil aposta em Lula para recuperar liderança florestal", a Reuters informa que, segundo sua ex-ministra Marina Silva, o presidente eleito fará um "grande anúncio" na COP27.
Adianta que vai incluir "uma nova autoridade climática nacional para dirigir os esforços de todos os ministérios e agências".
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