O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirma que é recomendável que as pessoas não participem dos protestos de 15 de março para evitar a ampliação de casos do novo coronavírus no Brasil.
O governo do Distrito Federal irá suspender as aulas da rede pública e eventos como missas e shows por cinco dias.
"Não vou proibir as pessoas de saírem às ruas, como foi feito na Itália. Mas o recomendável é que não participem. Chegou a hora de baixar a bola, ouvir as recomendações da Organização Mundial da Saúde", afirma Ibaneis.
"Imagine se chegarem 2.000 pessoas querendo fazer exames na rede pública para saber se estão contaminadas. Os estados estão saturados, não temos nem o número suficiente de kits para fazer tudo isso", completa.
Ele lamentou ter de cancelar a realização do evento de luta UFC, que aconteceria no sábado (14).
"Briguei por mais de um ano para trazer o torneio para cá e tive que revogar a autorização", disse.
Outros quatro governadores consultados, na noite desta quarta (11), afastaram a ideia de recomendar que as pessoas não saiam para os atos no domingo. Dois criticaram a decisão de Ibaneis, de suspender aulas, por temor de que seja provocado pânico.
A avaliação é a de que, a menos que haja recomendação das equipes de saúde, o pedido para que os atos sejam evitados cabe ao presidente Jair Bolsonaro, que fez a convocatória, e aos organizadores.
Um destes gestores disse, sob a condição de anonimato, que pretende evitar qualquer movimento que possa ser interpretado como boicote aos atos do presidente, para evitar críticas dos seguidores bolsonaristas.
O governador João Doria (PSDB) dará uma entrevista nesta quinta (12), ao lado do prefeito Bruno Covas (PSDB), sobre a doença. Entre seus auxiliares, a mensagem do governador é de bom senso e respeito ao livre arbítrio.
Nesta quarta-feira (11), a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) da Presidência da República utilizou o seu perfil oficial nas redes sociais para defender o protesto marcado para o próximo domingo (15).
A manifestação tem em sua pauta a defesa do presidente Jair Bolsonaro, mas parte dos organizadores do protesto levanta bandeiras contra o Legislativo e o Judiciário, o que tem criado um desgaste na relação entre o Planalto e o Congresso.
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