O balanço preliminar de parte da esquerda sobre as eleições é que os resultados, se não foram trágicos, também não foram bons. Alguns, como Carlos Siqueira (PSB), colocam a culpa na conta "do senhor Lula da Silva" pelo fato de o PT ter decidido lançar candidaturas próprias. A consequência imediata: os partidos do campo não garantem apoiar uns aos outros no segundo turno. Para 2022, segundo essa avaliação, o cenário de agora aponta para mais separação e ausência de articulação conjunta.
Para Siqueira, não existe isso de "ter que" apoiar Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, por exemplo. Márcio França, do seu partido, foi derrotado nas urnas e ficou fora do segundo turno. Ele diz que a palavra final é de França. "Esse prejuízo das esquerdas não irem unidas não é nosso", afirma.
O PDT, do vice Antônio Neto, quer apoiar o PSOL, mas só vai anunciar definição depois do PSB. Representantes do partido vão se reunir nesta terça (17).
Em Porto Alegre, PDT e PSB avaliam optar por apoiar o MDB de Sebastião Melo. Um ponto que pesou foram queixas de Pompeu de Mattos e Juliana Brizola, do PDT, contra Manuela D'Ávila (PC do B). No Rio, os dois partidos devem se abster e não apoiar nenhum dos dois candidatos no segundo turno.
Se o PT foi chamado de desagregador, Jilmar Tatto agora vem com o discurso da união. "Não existe qualquer mágoa. Pelo contrário. Vamos entrar com tudo na campanha do Boulos", diz ao Painel. Ele também isentou o ex-presidente de qualquer mal-estar e chateação. "O Lula já fez tanto pelo povo brasileiro que não consigo ver nada errado no que ele faz."
Tiroteio
A direita brucutu, quer dizer, bolsonarista, tomou uma lambada nessas eleições. Chega do discurso de ódio
De Xico Graziano, ex-deputado que meses atrás trocava xingamentos nas redes sociais para defender Bolsonaro, sobre resultado das urnas
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