O ministro da Justiça, Anderson Torres, tentou envolver peritos da Polícia Federal na tentativa frustrada de Jair Bolsonaro de achar provas contra as urnas eletrônicas.
Torres levou dois técnicos para uma reunião no Palácio do Planalto seis dias antes da live sobre o tema, agora alvo de investigação do STF e do TSE.
Os peritos foram apresentados ao conjunto de teses de internet que o presidente usaria na transmissão e disseram não ser possível fazer juízo de valor sem análise oficial.
Entre os itens mostrados na live estavam as supostas urnas viciadas que favoreciam o registro do número 13, o caso sobre configuração do software do TSE para seguir um padrão de votação e suposta fraude em 2018 para evitar a vitória de Bolsonaro no 1º turno.
Os peritos que foram ao Planalto participaram dos testes de segurança das urnas nos últimos anos. Eles defendem em relatórios a adoção do voto impresso como forma adicional de auditoria, mas não falam em fraude.
Mesmo após o encontro, Torres foi à live e apresentou os dados técnicos para, como ele disse, “corroborar” as ideias de Bolsonaro.
A PF afirma que o ministério da Justiça pediu a presença dos peritos à reunião no Planalto com “técnicos e assessores” para “acompanhar uma denúncia de possível fraude” nas urnas.
“Ao final do encontro, a posição dos peritos foi de que, para se ter um parecer conclusivo adequado, o material apresentado na reunião deveria ser remetido oficialmente à PF para análise mais aprofundada”, diz a corporação em nota. O ministério não se manifestou.
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