O governador de SP e presidenciável João Doria (PSDB) fará uma visita às obras do Museu do Ipiranga nesta quinta-feira (31), véspera do dia em que renunciará ao cargo para disputar a eleição.

A escolha da data ocorreu em parte por ser o aniversário do golpe de 1964, que instalou uma ditadura no país.

O museu vem passando por uma reforma e deverá estar pronto para a comemoração do Bicentenário da Independência. A inauguração deve demorar alguns meses ainda.

A obra vem sendo objeto de uma disputa de paternidade entre Doria e o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No último dia 10 de março, o secretário especial de Cultura, Mário Frias (PL), afirmou que a reforma será entregue pelo governo federal. Ele também já disse que o governo paulista não poderá inaugurar a obra "sem sua permissão".

O argumento de Frias, que vai ser candidato a deputado federal por São Paulo, é que os recursos para a reforma foram obtidos por meio da Lei Rouanet, que é federal.

Já Doria rebate dizendo que a participação da iniciativa privada ocorreu por empenho de seu governo, e que Bolsonaro e Frias sempre negligenciaram a obra e agora tentam obter dividendos eleitorais dela.

A briga política tem incomodado a direção do Museu. Na última segunda-feira (28), em entrevista à Folha, o vice-diretor da instituição, Amâncio Jorge de Oliveira, afirmou que "não pega bem" usar o local para fazer disputa eleitoral.