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Doria mira vacina como marca, fixa vitrines, mas deixa promessas inacabadas

Bandeiras não se reverteram em popularidade; para especialista, exposição demais pesou

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São Paulo

Amparado pela vacina contra a Covid e com vitrines em outras áreas, o presidenciável João Doria (PSDB) deixará o Governo de São Paulo sem ter conseguido capitalizar esse legado e com uma série de promessas inacabadas.

Doria marcou 4% na última pesquisa Datafolha, de dezembro, e tem sido pressionado por alas do próprio partido a desistir da candidatura.

Seus aliados apostam, porém, que o tucano pode deslanchar quando estiver dedicado inteiramente à campanha —a partir de 2 de abril, quando Doria deve deixar o governo, e seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), assumir o Palácio dos Bandeirantes.

O governador de São Paulo, João Doria, durante vacinação da enfermeira Monica Calazans, a primeira brasileira vacinada
O governador de São Paulo, João Doria, durante vacinação da enfermeira Monica Calazans, a primeira brasileira vacinada - Eduardo Anizelli-17.jan.21/Folhapress

Um levantamento da Folha com 50 das principais promessas e metas da gestão Doria, assumidas durante a campanha ou já no governo, mostra que quase metade delas não foi realizada (24%) ou está em fase inicial (20%). Outras 12% foram concluídas, 16% estão em estágio avançado, e 28% seguem em andamento.

Entre as metas avançadas está a intenção de vacinar toda a população elegível. O governador foi o primeiro a trazer a vacina contra a Covid para o país e acabou pressionando o governo Jair Bolsonaro (PL) a correr atrás dos imunizantes.

Graças a doses extras compradas pelo estado, São Paulo, se fosse um país, estaria em terceiro lugar em cobertura vacinal —​hoje, em 90,6% da população elegível.

Durante o processo da vacinação, Doria esteve presente em todos os momentos-chave, de entrevistas a entregas do produto no aeroporto, sem contar a pose ao lado dos primeiros vacinados e os embates com Bolsonaro.

Apesar de a exposição não ter rendido os frutos esperados até aqui, membros da campanha de Doria afirmam que a vacina será um ativo e, mais do que isso, tornou-se a marca do tucano.

Embora Doria tenha também outros feitos na gestão, com avanços na segurança pública e na qualidade da água do rio Pinheiros, estrategistas afirmam que a fórmula de apresentar na campanha vitrines em solo paulista não serve para arrebatar brasileiros e não deu certo nas candidaturas de José Serra e Geraldo Alckmin, por exemplo.

Por isso, a vacina cumpriria melhor o papel de cartão de visitas. A ideia é apresentá-la sem reforçar a imagem de marqueteiro e como exemplo de que um governo com gestão competente e planejamento pode antecipar soluções.

Da mesma forma, para que o catálogo de obras em São Paulo não soe arrogante, o plano é usá-lo como garantia de que Doria é capaz de executar o que imagina para o Brasil, pois o fez no governo paulista.

Auxiliares de Doria ressaltam que o governador terá exemplos de feitos em todas as áreas —a expansão do ensino integral na educação, a reforma do Museu do Ipiranga na cultura, as câmeras nos coletes dos policiais na segurança e a despoluição do rio Pinheiros no meio ambiente.

Imagem aérea do rio Pinheiros próximo da ponte Laguna
Rio Pinheiros na proximidade da ponte laguna: limpeza avançou - Bruno Santos/ Folhapress

Com ritmo frenético de reuniões, entrevistas, viagens e inaugurações, Doria buscou se diferenciar dos governos tucanos, empregando um estilo de gestão empresarial mais do que político.

Apesar de tropeços na questão política, a fórmula rendeu bons frutos até de acordo com alguns adversários do tucano que, nos bastidores, afirmam que seu mandato teve mais entregas. A questão é que a avaliação do governo é contaminada pela avaliação de Doria, que colhe impopularidade depois de brigas com esquerda e direita.

Para o cientista político Bruno Silva, pesquisador do Laboratório de Política e Governo da Unesp Araraquara, o governador acabou pecando pelo excesso de exposição e marketing, que gera uma sensação de cansaço no eleitorado.

A vacinação e outras realizações não foram o suficiente para compensar o desgaste sofrido por Doria ao longo da gestão. Um dos fatores responsáveis por esse desgaste foi o descolamento de Bolsonaro após pegar carona no presidente para se eleger.

"Na pandemia, tem o Doria tentando se cacifar como uma espécie de pai da vacina, em oposição ao presidente Bolsonaro que o tempo todo negligenciou a pandemia. Doria antagoniza com o governo federal aprofundando uma divisão que já havia começado e que acaba pesando contra ele", diz.

Silva afirma que o discurso do governo federal contra Doria, criticando as medidas de isolamento social e danos à economia, o prejudicou.

Vista área do local das obras do piscinão Jaboticabal
Vista área do local das obras do piscinão Jaboticabal - Bruno Santos/ Folhapress

Em 2018, num contexto de campanha acirrada, Doria fez uma série de promessas mirando as obras paradas e os atrasos no metrô que marcaram o mandato de seu antecessor e padrinho, Alckmin —de quem hoje é rival.

Até o próximo dia 2, porém, Doria deixa o Palácio dos Bandeirantes sem ter inaugurado boa parte desses símbolos, como o Rodoanel, a linha 17-ouro do metrô e as melhorias na rodovia dos Tamoios —apenas alimentando a fama de lentidão das gestões tucanas iniciadas em 1995 no estado.

O governador prometeu iniciar a implantação do trem intercidades (ligação da capital com a região de Campinas) e construir habitações e creches em suas estações. Até agora, o projeto não saiu do papel.

Doria também se comprometeu a finalmente levar o metrô à região do ABC, uma promessa antiga que geralmente é retomada em ano eleitoral e que o tucano não vai cumprir.

Ele modificou o projeto e agora a região deve ganhar um BRT (corredor de ônibus rápido), cujas obras começaram no mês passado, no apagar das luzes do governo.

Outras propostas também só avançaram nesta reta final, como a construção do monotrilho no aeroporto de Guarulhos e o anúncio de aumento para servidores da educação e da segurança, que fora prometido na campanha. Mais um exemplo é o início das obras do piscinão Jaboticabal, na capital, no mês passado.

Símbolo de corrupção em governos do PSDB e protagonista entre as metas de Doria, o Rodoanel não teve sua retomada viabilizada com recursos do estado nesses três anos e tem o leilão previsto para abril.

Outra obra fantasma apontada pela oposição é a da linha 17-ouro do metrô, que deveria ter sido inaugurada para a Copa de 2014. Entre 2019 e 2020, Doria rescindiu o contrato e fez uma nova licitação para a retomada, mas o trecho previsto para 2022 ainda não está em operação.

Mesmo na área de privatizações, espécie de lema do tucano, Doria chegou a convocar a imprensa e fazer anúncios que nunca se concretizaram, como a concessão de presídios. O governo exalta, porém, a concessão do lote Piracicaba-Panorama de rodovias, com 1.273 quilômetros.

O esperado enxugamento da máquina atingiu estatais, mas não chegou ao primeiro escalão. O tucano prometeu reduzir o número de secretarias e governar com no máximo 22 pastas. Atualmente, há 27, embora quatro delas sejam "extraordinárias", ligadas a outras secretarias.

Imagem de obras da estação Jardim Colonial, da linha 15-Prata do metrô
Obras da estação Jardim Colonial, da linha 15-Prata do metrô - Bruno Santos/ Folhapress

Por outro lado, o governador conseguiu resolver imbróglios que permitiram a retomada de projetos das linhas 5-lilás, 6-laranja, 15-prata e 2-verde. Mas o mérito da inauguração dessas obras deve ficar para sucessores —a linha 6-laranja é prevista para 2025 e as extensões das linhas 5 e 2 para depois disso.

Na lista de avanços está o setor da segurança, com redução nos principais índices criminais, um programa elogiado de combate ao feminicídio e redução da letalidade policial.

Doria também apostou num programa extenso de recuperação de estradas e vicinais e lançou, na área social, o Vale do Futuro, com uma série de medidas para o desenvolvimento do Vale do Ribeira.

Outra meta de destaque é o número de unidades de escolas com ensino integral, que passou de 364 para 2.050. E uma das vitrines mais vistosas politicamente talvez seja o projeto de limpeza do rio Pinheiros, em fase avançada.

Secretário de Desenvolvimento Regional do governo Doria e presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi diz que o legado do mandato é histórico.

"Foram mais de R$ 100 bilhões investidos em todas as áreas. O estado hoje é um canteiro de obras graças às reformas executadas, gerando milhares de empregos por todo o território."

Vinholi afirma ainda que a vacina tem "profundo valor humano". "Não creio na utilização da vacina como atributo político, mas sim na propagação para a população brasileira da garra e da coragem de Doria para fazer o que é necessário", completa.

Em nota enviada após a publicação da reportagem, a secretaria de Comunicação afirma que a pandemia impôs a "revisão de prazos, obras e programas, pois a gestão concentrou os seus recursos na área da Saúde [...] e na mitigação de seus impactos sociais durante 2020 e 2021".

"Algumas licitações foram prorrogadas por causa das incertezas econômicas no período e obras tiveram redução de ritmo por causa do isolamento social", afirma. A nota diz ainda que a Folha não considera que a gestão tem mais nove meses "e trabalha para que todos os projetos sejam iniciados".

José Américo, deputado estadual do PT, afirma que a "fama de gestor de Doria é uma lenda urbana" e que seu governo é "mal resolvido e inoperante".

"Em função do arrocho no funcionalismo, da venda de estatais e do aumento de impostos, o estado nunca teve tanta verba como agora. E, apesar disso, as obras que Doria retomou foram de forma tardia. Ele teve três anos para resolver a linha 6. O monotrilho foi retomado a passos de tartaruga. O Rodoanel é uma obra caríssima e abandonada, não saiu do lugar", diz.

Américo avalia que a posição a favor da vacina foi positiva, mas diz que o governador foi "vacilante e contraditório" na aplicação de restrições e na retirada da obrigatoriedade de máscara.

Veja 50 das principais promessas

Reportagem selecionou 50 promessas e metas relevantes e dividiu entre concluído (já entregue), avançado (deve ser entregue em breve), em andamento (metas ainda não cumpridas, mas com avanço significativo), fase inicial (metas cujo avanço é menos significativo) e não feito (ações que não saíram do papel)

CONCLUÍDAS (12%)

Concessão Piracicaba-Panorama (1) - Doria anunciou a concessão Pipa (Piracicaba-Panorama), trecho de 1.273 km de rodovias pelo interior, com investimentos de R$ 14 bilhões. Leilão foi em janeiro de 2020 e concessão tem prazo de 30 anos

Privatizar 21 aeroportos - Promessa foi cumprida, com a concessão de 22 aeroportos. Segundo o governo, a iniciativa privada vai investir R$ 447 milhões neles

Implantar programa Redenção - Gestão unificou programas Redenção e Recomeço, o que permitiu ampliação do investimento no auxílio a dependentes químicos

Criar 30 unidades do Poupatempo - Desde 2019, governo ampliou de 71 para 117 as unidades físicas, ao custo de R$ 22,3 milhões. Meta é chegar a mais de 200 em 2022

Aumentar ensino integral - Sob governo Doria, número de unidades de escolas com ensino integral passou de 364 para 2.050

Implantar Corujão da Saúde e criar Corujão Cirurgia - A atual gestão implantou o Corujão da Saúde em todo o estado já em 2019. Até o momento mais de 240 mil pacientes já foram atendidos com a realização de consultas, exames e cirurgias

AVANÇADAS (16%)

Duplicar a Tamoios (2) - Obra no trecho de serra da rodovia não foi concluída até 2020, como foi prometido. A entrega deve ser feita no fim deste mês. As melhorias, incluindo o maior túnel do país, com 5,55 km, tiveram custo de R$ 3 bi, pagos pela concessionária

Retomar obra dos Contornos da Tamoios (3) - Obras estavam paradas desde 2018 e foram retomadas em setembro de 2021. A primeira parte deve ser entregue até o final deste mês e o restante até o fim de 2023

Despoluir rio Pinheiros (4) - A despoluição do rio Pinheiros avançou e, segundo o governo, foi implementado tratamento de esgoto de 538 mil imóveis. Os trabalhos refletiram no aspecto e no odor do rio

Reformar o Museu do Ipiranga (5) - Previsão de entrega do museu é em setembro deste ano. Atualmente, cerca de 90% da obra está pronta —estágios dos três edifícios variam de 88% a 98%

Vacinar a população contra Covid - O governador prometeu vacinar toda a população –primeiro os adultos e depois menores de 18 anos. A vacinação vem avançando mais rapidamente que em outros estados. No dia de 19 março, 90,53% da população elegível já havia concluído o esquema vacinal e 99,54% havia tomado ao menos uma dose

Melhorar os salários e aperfeiçoar plano de carreira dos professores - Doria enviou, em março, projeto para a Alesp com novo plano de carreira e progressões salariais, mas ainda depende de aprovação. Salário inicial aumenta em 73% e servidores em geral têm aumento de 10%. Professores passariam a integrar o regime de remuneração por subsídio

Reajustar salário dos policiais - O governo do estado enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei para aumento de 20% nos salários de policiais. A categoria, porém, reclamou que o reajuste não repõe as perdas inflacionárias

Reduzir número de homicídios e sequestros - Os homicídios caíram 8% em 2021, na comparação com 2018, passando de de 2.949 para 2.713. Os sequestros, por outro lado, subiram de 21 para 23 no mesmo período

EM ANDAMENTO (28%)

Retomar obra da linha 15-prata do metrô (6) -Linha foi concedida em março de 2019 e obras retomaram no mês seguinte. Em 2019, Doria anunciou prolongamento até Cidade Tiradentes, o que prometeu para 2022. No entanto, obras até Jacú Pêssego devem ser entregues em 2024; edital até o Ipiranga está em elaboração e trecho até Cidade Tiradentes depende de desapropriações

Retomar obra da linha 6-laranja do metrô (7) -Meta do governo era destravar obra, parada desde 2016. Em fevereiro de 2020, Doria anunciou novo contrato, mas as obras só foram retomadas em outubro daquele ano. A entrega é prevista para 2025. Trata-se de uma PPP, orçada em R$ 15 bilhões

Retomar obra da linha 17-ouro do metrô (8) - Obra prometida para a Copa se arrasta há anos. Em março de 2019, metrô rescindiu o contrato devido aos atrasos. Em 2020, Doria anunciou novo contrato e retomada das obras, com primeira entrega em 2022. Mas trecho que vai do aeroporto de Congonhas à CPTM deve operar só em 2023

Concluir e ampliar linha 5-lilás do metrô (9) - Última estação foi entregue em 2019, mas Doria anunciou, em 2020, que faria a extensão até Jardim Ângela. Projeto deve ser finalizado no fim deste ano e as obras devem começar no início de 2023

Despoluir rio Tietê (10) - Os trabalhos não chegaram ao estágio do rio Pinheiros. O governo afirma, porém, que a mancha de poluição vem diminuindo e que ações beneficiaram 2,4 milhões de pessoas com projeto de coleta de esgoto

Vale do Futuro (11) - Governo afirma ter batido a promessa de R$ 1 bilhão de investimento público e tem ações em andamento em todas as áreas, mas precisa alcançar metas de público atendido em programas sociais e de crédito, além de inaugurar hospital

Ampliar Baeps - Gestão inaugurou nove novos Baeps (Batalhões de Ações Especiais de Polícia) até o momento, oito a menos que o previsto

Recuperar estradas vicinais - Doria anunciou o programa Novas Vicinais para recuperação de 11,4 mil km de mais de mil estradas do interior. O programa teve oito fases até agora, com 5,8 mil km recuperados e R$ 6,5 bilhões de custo

Reduzir impostos e desonerar setores que gerem emprego -Doria aumentou o ICMS por meio do PL 529/2020 para vários setores, inclusive alimentos, material hospitalar e agrícola, tendo que voltar atrás em alguns. Mas a gestão reduziu impostos de querosene, calçados, sucos, fertilizantes, absorventes e outros

Implantar 1.200 unidades de creches - Até 2019, eram 331 creches construídas pelo governo via convênio com as prefeituras. Na gestão Doria, foram inauguradas 188 creches. Para 2022, outras 56 estão previstas. Houve a expansão da rede, mas não a implantação de 1.200 unidades

Reduzir preços e introduzir tarifa flexível nos pedágios - A Artesp informa que pedágios da ViaPaulista e da Entrevias tiveram redução do valor nos últimos quatro anos. A concessão Piracicaba-Panorama terá desconto para veículos leves frequentes e descontos progressivos. Na Dutra, haverá o pagamento por quilometragem rodada

Recuperar 88 hospitais regionais e reformar 88 UBS - O governo citou a entrega de hospitais em Serrana, Caraguatatuba, Bebedouro e Bauru, além da entrega neste ano de unidades em Bauru e na região da Luz, na capital paulista. O governo também citou obras em Pariquera-Açu, Cruzeiro, Mirassol, Ribeirão Pires, Bertioga e Peruíbe. O governo citou a entrega de AME em Campinas, além de obras nas unidades de Taubaté, Avaré e a previsão de nova unidade em São Bernardo. O governo entregou obras em 78 UBSs, sendo 48 em novas unidades e as demais modernizadas

Reajustar salário dos policiais -O governo do estado enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei para aumento de 20% nos salários de policiais. A categoria, porém, reclamou que o reajuste não repõe as perdas inflacionárias

Criar 40 Delegacias da Mulher 24h - Até agora, apenas cinco delegacias foram criadas em Arujá, Itaquaquecetuba, Itanhaém, Jacupiranga e São Caetano do Sul. Mas foi ampliado de uma para 11 as unidades 24h e houve aumento de salas DDM

FASE INICIAL (20%)

Concluir Rodoanel Norte (12) - Plano era retomar obras e fazer entrega de parte até 2022, mas governo decidiu fazer nova concessão para construção e administração, no valor de R$ 3 bilhões. Edital foi publicado em janeiro e leilão está previsto para abril. Entrega é estimada para até o fim de 2025

Levar linha 2-verde do metrô a Guarulhos (13) - Doria prometeu levar a linha até Guarulhos, mas iniciou obras em trecho até a Penha. Obras estão avançadas e devem ser entregues em 2026. Metrô trabalha em desapropriações para iniciar trecho até Guarulhos

Instalar People Mover no aeroporto de Guarulhos (14) - Doria anunciou, em 2019, um trem que ligaria a estação da CPTM de Guarulhos ao aeroporto. Medida dependeu de aval da Anac, dado em 2021, e do TCU, dado neste ano. Obra teve início em fevereiro e deve ser entregue em 2024

Construir piscinão de Jaboticabal (15) - Governo iniciou as obras do piscinão em dezembro de 2021 após negativa de liberação de recursos pela Caixa. Segundo o governo, o início ocorreu após a Justiça concluir o processo de imissão na posse do terreno. A obra, cuja previsão inicial para término já se esgotou, só deve ser entregue no 1º semestre de 2023

Criar 17 unidades do Bom Prato - Até o momento, a administração só inaugurou cinco unidades do Bom Prato. A promessa é entregar mais 12 neste ano

Privatizar o sistema de balsas - Até o momento, a administração afirma ter concluído estudos e projeto para a concessão das balsas. O edital deve ser publicado "em breve"

Modernizar estações e reduzir intervalos na CPTM - Houve reforma em 12 estações e entrega de outras três novas. Há nove obras de reforma em andamento. Também será construída uma ligação entre a estação da Luz e a Sala São Paulo

Criar 10 hospitais veterinários - O governo prometeu entregar 10 hospitais veterinários, mas ainda não entregou nenhum. As duas primeiras unidades, em Araçatuba e Votuporanga, devem ser entregues até abril. Outras nove estão previsas para este ano ou ano que vem, além da criação de consultórios em 130 cidades

Criar seis unidades da rede Lucy Montoro - O governo entregou uma unidade em Diadema e pretende entregar outra até o fim do ano. Uma terceira está em licitação para obra prevista para 2022

NÃO FEITO (24%)

Implementar linha 18-bronze do metrô no ABC (16) - Doria prometeu iniciar as obras, mas, em 2019, desistiu da linha e anunciou um BRT no lugar, cuja construção deveria começar em 2020, mas só teve início mês passado. Parte deve entrar em operação em 2022 e parte em 2023. Custo é de R$ 860 milhões

Iniciar implantação do trem intercidades (17) - Promessa de campanha era iniciar a implantação. Projeto para o trecho até Campinas avançou, mas sem sair do papel. Edital deveria ser lançado em março, mas há entraves. Não há previsão para operação do trem

Concluir ponte Santos-Guarujá (18) - Governo de SP prometeu tirar do papel e fez as modificações pedidas no projeto pelo governo federal, que ainda não deu aval para a obra. A resposta é aguardada desde novembro de 2020. O estado considera uma ação judicial caso não receba o aval até o fim de março. A obra, custeada pela iniciativa privada, tem valor de R$ 3,9 bilhões e demoraria quatro anos

Ampliar PPPs na cultura - Não há registro de PPPs na área da cultura

Expandir o programa Leve Leite - A média de recursos empenhado no programa Viva Leite de 2019 a 2021 caiu 14,7% em comparação com a média dos quatro anos da gestão anterior. Ao fim de 2018, o programa atendia 353,7 mil pessoas. Em 2021, foram 302,4 mil, após a exclusão no cadastro de pessoas com dados conflitantes

Construir casas e creches nas estações do trem intercidades (19) - Concessionária pode criar negócios a partir do trem, mas não há direcionamento no edital para nenhum tipo de negócio, como creches ou casas

Conceder a hidrovia Tietê-Paraná (20) - O governo ainda aguarda manifestação de interesse e viabilidade técnica do governo federal e a administração afirma que "o projeto não encontrou uma viabilidade técnica por depender de verba do governo federal"

Privatizar o sistema ferroviário - Apenas um protocolo de intenções foi assinado e o governo aguarda investimentos que teriam sido prometidos pelo governo federal

Reduzir número de secretarias - Doria prometeu governar com até 20 secretarias ou, no máximo, 22, considerando duas extraordinárias. Atualmente há 27 pastas sob o comando do governador. O governo afirma haver 23 secretarias e quatro pastas extraordinárias

Estender a rodovia Carvalho Pinto até Aparecida (21) - Prolongamento ainda está em fase de estudo de viabilidade financeira, jurídica e técnica

Fazer PPPs para construir e administrar presídios - A parceria público-privada não saiu do papel e "está em processo de modelagem financeira"

Fazer presos ressarcirem o Estado por gastos - A promessa do governador não avançou. Atualmente, apenas 30 mil presos trabalham em todo o estado, entre uma população de mais de 200 mill. A Secretaria de Administração Penitenciária afirma que o ressarcimento ao Estado dos gastos com presos já é previsto na Lei de Execução Penal e citou que durante a pandemia a contratação de mão de obra foi proibida. " "Assim, tanto o trabalho interno quanto externo foram suspensos durante quase dois anos, sendo retomados agora, o que implicará no gradual aumento dos reeducandos trabalhando no estado de SP".

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