Conselheiros políticos e militares do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão convencidos de que a escolha do vice em sua chapa não será suficiente para alavancá-lo nas pesquisas de intenção de votos. A aposta de seus apoiadores são as medidas econômicas do governo, como o Auxílio Brasil e o pacote de R$ 150 bilhões voltado ao trabalhador.
Entusiastas da dobradinha usam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como exemplo. Segundo o Datafolha de dezembro, para 70%, a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin como vice não influencia na escolha do petista.
Nesse cenário, consolidam-se as chances de escolha do ministro da Defesa, Braga Netto, para ocupar o posto. A avaliação é de que os nomes políticos colocados até então não conseguiriam arregimentar além daqueles que já estão com o presidente. Braga Netto ainda tem o trunfo de dar a segurança a Bolsonaro de que não articulará um impeachment, nem seria palatável ao Congresso.
Lideranças do PL dão a filiação do ministro no partido como certa. A chapa puro-sangue seria uma mera acomodação do escolhido de Bolsonaro, já que o arco de alianças do presidente já está praticamente definido.
Generais defensores da aliança acrescentam ainda que, diferente do vice-presidente Hamilton Mourão quando foi escolhido, Braga Netto já tem uma relação construída de confiança com o chefe do Executivo. Além disso, por estar na Defesa, tem o respeito das Forças Armadas e poderia aglutinar de maneira mais eficiente o voto militar.
Braga Netto deve se desincompatibilizar até o final do mês, como os demais ministros. O prazo se encerra em 2 de abril.
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