Um dia antes da foto pública desta quarta-feira (28) na visita à sala de totalização dos votos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, aconselhou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, a ser cauteloso no envolvimento de militares com a contagem paralela de votos que pretendem fazer. Ambos se reuniram no gabinete do general, em Brasília.
Valdemar tem feito movimentos para dissociar-se dos ataques às urnas que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito reiteradamente. Nesta quinta-feira (27), por exemplo, o dirigente partidário afirmou não haver uma sala secreta de contagem de votos.
Segundo relatos, Valdemar sugeriu a Paulo Sergio que tome medidas para evitar que a atuação da pasta não acabe alvo de investigação sobre possível uso das Forças Armadas em benefício de Bolsonaro. O Painel procurou o ministro e o presidente do PL, mas ambos não comentaram.
Como mostrou o Painel, auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) e procuradores do MP (Ministério Público) enxergam a possibilidade de enquadrar a contagem paralela dos votos como improbidade administrativa. Como a pasta não tem a competência constitucional para realizar essa atividade, caso não seja bem fundamentada com parâmetros técnicos, pode configurar dano ao erário público.
A Defesa não vê esse risco. Procurada, afirmou que foi convidada pelo TSE a participar da Comissão de Transparência das Eleições (CTE), em 2021 e que resolução do tribunal prevê a verificação da contagem dos votos pelos boletins impressos das urnas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.