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Milton Leite diz que Haddad prejudica relação de União Brasil e Lula ao falar de Plano Diretor

Presidente da Câmara diz que Casa é independente e que ministro tem que se preocupar com economia do país

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São Paulo

Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite afirma que as ligações de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o objetivo de criticar a revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo podem fragilizar ainda mais a relação do governo Lula (PT) com os parlamentares do União Brasil, do qual ele é uma das principais lideranças.

Haddad telefonou para Tarcísio para alertá-lo das "consequências desastrosas" da revisão, segundo a coluna Mônica Bergamo. Ele procurou também o secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab (PSD), e se reuniu com a bancada de vereadores do PT de SP.

Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de SP, durante entrevista à Folha
Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de SP, durante entrevista à Folha - Danilo Verpa-7.mar.2018/Folhapress

Leite afirma ao Painel que o ministro da Fazenda deveria estar mais preocupado com a economia do país, "que vai mal", do que com o Plano Diretor de São Paulo. Ele diz que se estivesse interessado, Haddad não deveria "fazer lobby" junto ao governador, mas deveria ter comparecido a alguma das 50 audiências públicas já realizadas, e afirma que o ministro deveria participar de alguma das oito que acontecerão nas próximas semanas.

"A Câmara Municipal não vai ceder ao lobby esquerdista que o ministro Haddad está fazendo. Ela é uma força livre e democrática. Ele fez o Plano Diretor da época dele, em 2014, nós estamos fazendo a revisão a partir das discussões do presente. Como prefeito, o Haddad deixou a cidade quebrada, com um rombo de R$ 7,5 bilhões, e nós consertamos. A Câmara não admite interferência e vai atuar com independência", diz Leite.

Relatório do Tribunal de Contas do Município mostrou que Haddad deixou a gestão municipal com R$ 5,3 bilhões de saldo positivo. Quem defendia a versão de que o petista havia deixado o déficit era João Doria, que o sucedeu na Prefeitura de São Paulo.

Em um momento em que o governo federal petista enfrenta dificuldades em sua base de apoio na Câmara dos Deputados e sofre derrotas sucessivas, Leite diz que "daqui a pouco as votações começarão a ser afetadas pelo União Brasil porque o Haddad está querendo interferir no Plano Diretor de São Paulo". O partido indicou três ministros do governo Lula: Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Daniela Carneiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência na Câmara dos Deputados
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência na Câmara dos Deputados - Pedro Ladeira - 17 mai. 2023/Folhapress

Presidente diretório municipal do PT em São Paulo, Laércio Ribeiro saiu em defesa de Haddad e afirmou que o ministro "tem história e legado."

"É justo que defenda suas ideias. Milton Leite deveria ser mais zeloso com o plano diretor que foi um marco na história da cidade", disse. "Seu comportamento não deveria ser tão miúdo, falamos do futuro da maior metrópole do país. O PT e suas lideranças vão defender seu legado publicamente, agora e no processo eleitoral. Seria cômico se não fosse trágico o Milton acusar alguém de lobby."

O substitutivo do projeto de lei foi aprovado em primeira votação na quarta-feira (31) na Câmara Municipal. Como mostrou o Painel, a bancada do PT ficou dividida, com quatro votos a favor e quatro contrários.

O texto aprovado abre brechas para mais verticalização, permite a construção de mais vagas de garagem em áreas próximas a eixos de transporte coletivo e dá opções para que empreiteiras não paguem em dinheiro a taxa para construir acima do limite na cidade. Propõe-se, por exemplo, que a prefeitura possa expandir áreas ao redor dos eixos de transporte onde é possível erguer prédios mais altos a um custo baixo para as construtoras.

A previsão é que a votação definitiva, em segundo turno, ocorra na tarde do dia 21 de junho.

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