Funcionárias da Prefeitura de São Paulo que denunciaram registro de vacina sob suspeita de fraude no nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Parque Peruche (zona norte) disseram que não foi possível identificar quem publicou os dados e nem se o lançamento foi feito na própria unidade de saúde.
As afirmações foram feitas em março em depoimento à Polícia Civil. Como mostrou o Painel, a investigação foi encaminhada em 4 de setembro para o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O registro em nome de Bolsonaro foi feito em dezembro de 2021, com data de aplicação da vacina em julho do mesmo ano.
Segundo as funcionárias, à época "o login e senha eram únicos e gerais para a UBS [Unidade Básica de Saúde], sendo possível que qualquer pessoa sabedora dos dados de acesso realizasse o lançamento, podendo ainda escolher quem seria cadastrado como o 'vacinador', de qualquer computador, mesmo fora da UBS".
Segundo elas, esse sistema foi alterado e atualmente é necessária a identificação do responsável pelo lançamento dos dados.
No registro de Bolsonaro, aparece um lote do imunizante da Janssen, que não foi enviado para a cidade de São Paulo. Também é falso o nome da pessoa que registrou como a aplicadora da vacina.
O nome e o CPF do ex-presidente estão corretos, mas o endereço e o email são jocosos, como concluiu a própria polícia.
O sistema aponta que ele reside na "Praça dos Três Poderes, s/n, 3º Andar" no município Glicério, cidade paulista de menos de 5.000 habitantes onde Bolsonaro nasceu, e que seu endereço eletrônico é "lula@gmail.com".
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