Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite apagou de suas redes sociais fotos que havia publicado de pacotes de maconha com adesivos que continham a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a mensagem "faz o L".
Em nota, ele diz que o fez devido à notificação extrajudicial enviada pela Advocacia-Geral da União e que "seguirá dando publicidade a grandes apreensões de cargas ilícitas no estado de São Paulo".
Derrite também afirma que "que em nenhum momento objetivou associar a imagem do presidente da República ao tráfico de drogas, mas enaltecer o bom trabalho dos agentes públicos no impedimento de que entorpecentes acessem o estado de São Paulo via fronteiras."
Segundo apurou o Painel, Derrite e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) conversaram nesta sexta-feira (15) sobre o tema.
Na legenda das fotos que agora apagou, o secretário escreveu que um casal foi preso em Euclides da Cunha Paulista transportando grande quantidade de maconha de Ponta Porã (MS) a São Paulo.
"Policiais militares perceberam a atitude suspeita, deram ordem de parada e o casal tentou fugir, até atolar em uma estrada de terra e ser preso. Parabéns aos policiais. Continuamos nosso trabalho para demonstrar que em São Paulo o crime não compensa", completou.
Derrite é próximo da família de Jair Bolsonaro (PL), especialmente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e um dos focos de sua atuação política nos últimos anos tem sido o antipetismo.
Como mostrou o Painel, a AGU enviou notificação extrajudicial ao governo Tarcísio de Freitas afirmando que Derrite afrontou o princípio da moralidade e solicitando a exclusão do conteúdo.
A AGU escreveu que Derrite valeu-se de sua posição para dar publicidade à operação e à associação feita pelos traficantes de que haveria endosso de Lula ao consumo e tráfico do entorpecente apreendido, "ampliando substancialmente os prejuízos decorrentes do ilícito à imagem originalmente praticado por terceiros, e, assim, concorrendo para o seu agravamento."
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