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União Brasil fecha questão a favor da cassação de vereador acusado de racismo

Sigla determina que os membros da bancada devem votar pelo fim do mandato de Camilo Cristófaro

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São Paulo

O diretório municipal do União Brasil decidiu, nesta sexta-feira (15), fechar questão a favor da cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante), acusado de racismo,. O plenário da Câmara Municipal votará na terça-feira (19) o futuro de Cristófaro, que provavelmente perderá o mandato.

No jargão político, o fechamento de questão significa que o partido determinou que a decisão deve ser cumprida por todos os seus integrantes, sob risco de punição.

Em maio de 2022, Cristófaro foi flagrado em uma sessão na Câmara dizendo "não lavaram a calçada, é coisa de preto".

Camilo Cristófaro, vereador de São Paulo, durante entrevista à Folha
Camilo Cristófaro, vereador de São Paulo, durante entrevista à Folha - Karime Xavier-5.out.2016/Folhapress

O partido tem sete vereadores e é uma das maiores bancadas da Câmara, atrás de PT e PSDB, com oito cada. Para que a cassação seja confirmada, 37 dos 55 vereadores precisarão votar favoravelmente à recomendação feita pela Corregedoria da Casa. No final de agosto, o Painel contabilizou ao menos 41 votos favoráveis à perda de mandato.

O presidente do diretório municipal do União Brasil é Milton Leite, também presidente da Câmara, que tem articulado pela cassação de Cristófaro.

Na ata da reunião do diretório municipal que definiu fechamento de questão, os dirigentes lembraram que, segundo o estatuto do partido, o parlamentar filiado viola a fidelidade partidária quando não segue a orientação, ausenta-se ou se abstém.

Ainda que a maior parte dos vereadores do União já tenha adiantado que pretende votar a favor da cassação, o fechamento de questão aumenta a pressão sobre os que ainda não se manifestaram.

O processo tem gerado grande mobilização na Casa. Na quinta-feira (15), cartazes apócrifos foram pendurados em paredes da Câmara e distribuídos em gabinetes.

Neles, um placar de votação divide os vereadores entre partidos apoiadores do racismo, identificados com uma imagem do movimento supremacista Ku Klux Klan, e opositores do racismo, ligados a uma foto do líder negro Martin Luther King.

O cartaz ainda diz que, após a votação em plenário, passarão a ser publicados mensalmente os nomes dos vereadores até a eleição de 2024.

A Justiça absolveu o vereador da acusação de racismo em julho deste ano. Em sua decisão, o juiz Fábio Aguiar Munhoz afirma que a fala do vereador foi retirada de um contexto de "brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha". O Ministério Público recorreu da decisão.

Cartaz sobre votação da cassação de Camilo Cristófaro distribuído na Câmara Municipal de SP
Cartaz sobre votação da cassação de Camilo Cristófaro distribuído na Câmara Municipal de SP - Reprodução

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