Diante de apontamentos e críticas de conselheiros do Tribunal de Contas do Município em relação ao projeto de privatização da Sabesp, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tem tentado se aproximar dos representantes da corte.
Nesta segunda-feira (2), Tarcísio chamou os conselheiros para um almoço no Palácio dos Bandeirantes para tratar do tema, do qual participaram Eduardo Tuma, presidente do TCM-SP, Domingos Dissei e Ricardo Torres. Na terça-feira (3), Gilberto Kassab, secretário de Governo, e Natalia Resende, secretária estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, irão até a sede do TCM para conversar com todos os conselheiros sobre o projeto de desestatização.
A boa relação de Tarcísio com Ricardo Nunes (MDB) tem garantido, até o momento, tramitação sem percalços do projeto de privatização no que diz respeito à Prefeitura de São Paulo. No TCM, no entanto, os questionamentos têm sido incisivos.
Alguns dos conselheiros têm cobrado explicações a respeito da redução da tarifa, do aumento de investimento na cidade e da obrigatoriedade da tarifa social (valores mais baixos para as pessoas com menos recursos) após a privatização.
João Antonio, que também é corregedor do tribunal e que participará do encontro nesta terça, diz que quer saber do governo Tarcísio principalmente quanto o Tesouro municipal receberá pela privatização —a capital tem participação de 40% no faturamento da estatal.
Segundo relatos ao Painel, Tarcísio aproveitou o almoço para tecer elogios aos conselheiros e disse que uma eventual aprovação do projeto pelo tribunal daria respaldo à privatização da Sabesp. Como o TCM-SP trata da capital, e não do estado, encontros do tipo entre conselheiros e o governador aconteceram poucas poucas vezes.
"O TCM inicia esse importante diálogo institucional a convite do Governo do Estado de São Paulo", diz Tuma ao Painel.
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