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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Pablo Marçal propõe criar 'funkódromos' em São Paulo

Candidato, que já criticou gênero musical, diz que implantação de arenas eliminaria queixas de perturbação do silêncio

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São Paulo

A campanha do influenciador Pablo Marçal (PRTB) defende a construção de arenas em São Paulo com o objetivo de receber bailes funk, que então seriam retirados das ruas das regiões periféricas da capital.

"Na quebrada não vai ter batidão no meio da rua mais, porque o pobre tem que dormir, tem que descansar. Nós vamos começar a rodar nas primeiras comunidades espaços onde pessoas farão eventos e isso não vai atrapalhar as pessoas a dormir", disse o candidato em evento de campanha.

A imagem mostra um grupo de pessoas em uma rua, algumas delas usando máscaras de papel que representam o rosto de um homem. Ao fundo, há uma pessoa que parece estar sendo abordada por um grupo. A cena é movimentada, com pessoas interagindo e algumas segurando celulares.
Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, durante caminhada no Jaguaré, na zona oeste da capital - Bruno Santos-25.ago.2024/Folhapress

Vice de Marçal, a policial militar Antonia de Jesus (PRTB) afirmou que "o funk é um patrimônio cultural, de diversão do povo, da comunidade", mas "o que falta é o espaço para direcionar e fazer o funk sem perturbar o sossego público de quem vai acordar cedo. É sem limite, 3, 4, 5 horas da manha e ainda está o tal do fluxo".

Em entrevista ao podcast RedCast, ela disse que os bailes funks têm uso de drogas e consumo exagerado de bebida alcoólica, o que poderia ser dirimido com a criação desses espaços.

As produtoras e artistas ligados ao gênero engajaram-se na eleição da capital paulista. Duas das maiores produtoras de funk em São Paulo dividiram-se no apoio a Marçal e ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) e, com isso, detonaram controvérsia.

Nesse contexto, foi recuperado um vídeo em que Marçal diz que os funks influenciam negativamente as pessoas.

"É porque instala 'drive mental' de corno, de derrotado, de preguiçoso, de estuprador, de vagabundo. Você canta a música e você vai virando estuprador sem ver, você vai virando um vagabundo sem ver e, quando você olha para sua família, você vai destruir ela sem você perceber, porque isso vai virando você, essas músicas de corno e vagabundos", disse.

Autor do livro "O funk na batida: baile, rua e parlamento" (Edições Sesc) e doutor em direito pela USP, Danilo Cymrot afirma que o diagnóstico de que existe um direito ao lazer e à cultura relacionado ao funk, mas que este direito deve ser conciliado com o direito da vizinhança ao sossego, "se tornou hegemônico e vem tanto da direita quanto da esquerda política."

Segundo ele, gestões municipais de diferentes vertentes ideológicas buscaram formas de conciliar esses dois direitos, "fornecendo espaços adequados para a realização de bailes, em áreas com menor densidade demográfica, como a represa Guarapiranga, o sambódromo do Anhembi e o autódromo de Interlagos ou espaços da prefeitura subutilizados, como CEUs."

Cymrot avalia que o grande desafio é "fornecer transporte para os jovens se deslocarem até esses locais e compreender a realização dos bailes como uma política permanente e não de eventos pontuais".

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