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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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McCain 'frita' relatório de equidade do Ministério do Trabalho

Famosa pelas batatas e congelados, companhia aponta falhas na compilação de dados e nega pagar mais para homens

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Brasília e São Paulo

A canadense McCain, líder na produção de batatas pré-fritas e de congelados, aponta falhas e erros de metodologia no relatório de equidade salarial compilado pelo Ministério do Trabalho.

Segundo o documento, as mulheres na McCain ganham 74,5% a menos do que homens na fábrica de Araxá (MG) e 82% na unidade de São Paulo.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante entrevista à Folha em seu gabinete
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante entrevista à Folha em seu gabinete - Pedro Ladeira - 18.jan.23/Folhapress

"De acordo com o relatório, a unidade [em MG] possui 100% de seu quadro formado por homens (o que não é realidade) e, mesmo assim, o Ministério do Trabalho conseguiu de alguma forma comparar a remuneração de homens e mulheres (que para eles seriam inexistentes na empresa)", diz a empresa em seu próprio site.

"É muito claro que o relatório do Ministério do Trabalho possui erros, não reflete a realidade da empresa e não pode ser utilizado como base para qualquer informação."

Segundo a McCain, a publicação dos comentários em sítio foi necessária diante da obrigatoriedade legal da empresa em dar publicidade aos relatórios elaborados pelo governo.

A fabricante diz ainda que há ainda outras falhas metodológicas. A principal é a utilização de dados estatísticos de 2022, sem separar empregadas e empregados que exercem a mesma função.

"O Ministério do Trabalho comparou a remuneração de todos os empregados que ocupam posições técnicas de nível médio, o que inclui empregados que exercem cargo de gestão executiva e empregados com cargo de função operacional, funções claramente incomparáveis."

A McCain afirma que, se os dados fossem tabulados de forma correta, não haveria disparidade salarial entre empregadas e empregados que exercem as mesmas funções.

A companhia defende a lei que incentiva a equidade salarial e informa que o tratamento igualitário, e sem qualquer discriminação de gênero, faz parte de sua missão e valores.

"A McCain possui diversas mulheres em posições de liderança."

A fabricante informa ainda ter plano de carreira e políticas que garantem a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

A companhia possui 51 fábricas de alimentos congelados, mais de 20 mil colaboradores e um faturamento global de US$ 7 bilhões.

Em nota, o Ministério do Trabalho disse que vai recorrer de todas as medidas de empresas contra os relatórios de equidade salarial. Sobre as críticas da McCain, disse que a empresa declarou "apenas o quesito raça cor para dois empregados", o que justifica a discrepância nos dados.

"De fato não há diferença de salário de contração (100,0%), mas pelos dados enviados pela empresa, há diferenças de remuneração que podem estar sendo explicadas pelas diferenças de produtividade (cumprimento de metas de produção), existência de plano de cargos e salários e diferenças no tempo de permanência na empresa, aspectos que são citados", afirmou a pasta.

Com Diego Felix

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